Toyota e Joby Aviation realizam primeiro teste de carro voador no Japão, avançando na revolução da mobilidade aérea. (Joby Aviation/Reprodução)
Redator na Exame
Publicado em 5 de novembro de 2024 às 10h24.
A Toyota e a Joby Aviation deram um importante passo em direção ao futuro da mobilidade com a realização do primeiro teste de voo de um 'carro voador' no Japão. A aeronave, conhecida como eVTOL (sigla em inglês para “decolagem e pouso vertical elétrica”), é fruto do desenvolvimento da Joby Aviation, startup americana que conta com o apoio significativo da Toyota, e representa uma nova era na mobilidade aérea. O evento aconteceu em Shizuoka, onde o diretor de tecnologia da Toyota, Hiroki Nakajima, celebrou o sucesso do voo demonstrativo, o primeiro da Joby realizado fora dos Estados Unidos. As informações são do Nikkei Asia.
O fundador e CEO da Joby Aviation, JoeBen Bevirt, em comunicado à imprensa, enfatizou a importância do envolvimento da Toyota no projeto. “A Toyota tem sido um parceiro essencial para nós, não apenas com investimentos financeiros, mas também com um apoio direto no desenvolvimento de ferramentas, layout das fábricas e fornecimento de peças,” disse Bevirt. Esse suporte da Toyota se reflete na confiança da Joby de que pode iniciar operações comerciais de passageiros já no próximo ano. A empresa já deu o primeiro passo para operar no Japão ao solicitar a certificação junto ao Bureau de Aviação Civil do Japão (JCAB) e firmar parcerias com empresas renomadas, como Uber, Delta Air Lines e ANA.
A Toyota recentemente ampliou seu compromisso com a Joby ao anunciar um investimento adicional de US$ 500 milhões (cerca de R$ 2,9 bilhões), elevando o total investido na startup para US$ 894 milhões (aproximadamente R$ 5,2 bilhões). Esse aporte financeiro foi dividido em duas partes: a primeira metade distribuída em 2024 e a segunda está programada para 2025. Esses recursos têm como objetivo apoiar a certificação e a produção comercial do 'carro voador', além de formalizar um acordo de fabricação para a primeira fase de comercialização.
Embora a Toyota seja o maior investidor da Joby, outras empresas também demonstraram interesse. Em 2022, a Delta Air Lines adquiriu uma participação de 2% na startup com um investimento de US$ 60 milhões (cerca de R$ 348 milhões). O interesse crescente da indústria é uma resposta à promessa de transformar o transporte com o uso de veículos aéreos elétricos sustentáveis, capazes de evitar o tráfego das cidades e reduzir o impacto ambiental.
O mercado de carros voadores tem atraído uma série de competidores globais, mas a Joby continua sendo uma das startups mais promissoras do setor. Em agosto de 2024, a Joby foi classificada em quarto lugar no AAM Reality Index, uma ferramenta de avaliação que classifica o progresso de empresas de mobilidade aérea avançada. Nessa mesma lista, a alemã Volocopter ficou em primeiro lugar, seguida pela chinesa EHang e pela americana Beta Technologies. Já a Boeing, com seu projeto Wisk, ficou na oitava posição.
No entanto, o cenário para o setor de mobilidade aérea não é homogêneo, e muitos concorrentes da Joby enfrentam desafios financeiros significativos. Empresas como a alemã Lilium e a britânica Vertical Aerospace têm enfrentado dificuldades de fluxo de caixa, o que limita seus avanços. Enquanto algumas startups estão à beira da insolvência, a Joby mantém sua posição sólida no mercado graças ao apoio de grandes investidores como a Toyota.
A entrada da Toyota no mercado de carros voadores reflete sua visão de um futuro em que a mobilidade aérea será uma realidade acessível e sustentável. Diferente das outras startups que ainda lutam para manter operações, a Joby conta com o respaldo de um dos maiores grupos automobilísticos do mundo. O sucesso do teste de voo no Japão representa não apenas um marco para a Joby e a Toyota, mas também para o avanço da tecnologia eVTOL no Japão, país que se prepara para adotar essa inovação como parte de sua infraestrutura de transporte.