rolezinho (Getty Images)
Da Redação
Publicado em 31 de janeiro de 2014 às 08h58.
A polêmica em torno dos "rolezinhos" de jovens da periferia em shoppings de São Paulo começa a ganhar contornos partidários. Três dos principais organizadores dos encontros combinados pela internet se filiaram nesta quarta-feira, 29, à União da Juventude Socialista (UJS), entidade que representa a juventude do PCdoB e dirige a União Nacional dos Estudantes (UNE).
A ponte entre os jovens e a organização, que foi fundada em 1984 pelo então líder estudantil Aldo Rebelo, atual ministro dos Esportes, foi feita pelo secretário de Igualdade Racial da prefeitura paulistana, Netinho de Paula, que integra o partido. Ele foi escalado pelo prefeito Fernando Haddad (PT) para negociar um acordo entre os "rolezeiros" e os comerciantes que reclamam do movimento.
A filiação do trio aconteceu durante o seminário nacional de formação política da UJS. Também participaram do evento os ex-ministros Luiz Dulci e Orlando Silva, e Renato Rabelo, presidente nacional do PCdoB.
"A nossa aproximação com eles reforça nossa atuação na periferia", afirmou Camila Lima, presidente da UJS paulistana.
Apesar do entusiasmo da UJS, o principal líder dos "rolezeiros" demonstra não ter entendido muito bem a proposta do grupo ao qual se filiou.
"Eu não sabia que era um grupo político. Eles disseram que a UJS é um grupo de amigos e que ela não tem nada a ver com partido. Se tiver, eu vou me afastar", disse ao 'Estado' o estudante Vinicius Andrade, de 17 anos, morador do Capão Redondo, zona sul de São Paulo.
Com quase cem mil seguidores no Facebook, ele afirma que os polêmicos encontros não têm o objetivo de fazer uma denúncia social. "Nosso objetivo é curtir, tirar umas fotos e dar uns beijos. Não queremos saber de política. A gente não queria essa polêmica toda", disse Vinicius.
O estudante admite, porém, que pode "dar uma força" para Netinho de Paula em sua campanha para deputado. O secretário, reeleito vereador e candidato ao Senado em 2010, é a principal aposta do PCdoB na disputa por uma vaga na Câmara. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.