Donald Trump, Elon Musk, Peter Thiel e Kamala Harris: a influência tecnológica na política dos EUA (Montagem/Getty Images)
Repórter
Publicado em 1 de novembro de 2024 às 16h29.
Última atualização em 1 de novembro de 2024 às 16h33.
Uma análise recente da consultoria Eurasia Group mostra que as eleições presidenciais dos Estados Unidos em 2024 destacam divisões no setor de tecnologia, com figuras como Elon Musk e Peter Thiel assumindo papéis decisivos ao lado dos candidatos. Embora políticas específicas para o setor não estejam no centro das campanhas de Kamala Harris e Donald Trump, o Vale do Silício exerce influência crescente no cenário político.
De acordo com a Eurasia Group, um governo Kamala representaria continuidade na política de Joe Biden , com foco em semicondutores e limitação de investimentos em rivais geopolíticos, como a China. Além de suas raízes na Baía de São Francisco, Kamala apoia pautas tradicionais do Partido Democrata, como taxação mais alta para grandes empresas e incentivos para inovação com créditos fiscais e reformas de permissões para startups.
Por outro lado, Trump adota uma postura de desregulação acentuada . Caso eleito, ele tende a reverter a ordem executiva de Biden sobre inteligência artificial e manter uma linha rígida contra o avanço tecnológico da China. A aproximação de Trump com um grupo emergente de “tech bros”, liderado por Musk e Thiel, reflete essa postura; eles veem no governo federal uma oportunidade para impulsionar seus negócios.
Mesmo com perspectivas de estabilidade nas políticas federais, a Eurasia Group destaca um cenário de competição crescente e fragmentação política no setor. Empresas consolidadas, como Google e Meta, mantêm influência no Congresso e nas agências reguladoras, mas enfrentam uma nova geração de líderes de startups, fundos de capital de risco e empresas de tecnologia de defesa, que buscam moldar a política em seu favor.
Esse grupo de novos atores, próximo de Trump, se destaca em temas como criptomoedas e antitruste, defendendo menos controle sobre grandes fusões e aquisições.
Para os analistas, essa proximidade com o governo representa oportunidades lucrativas para empresas menores, menos dependentes do público e menos vulneráveis à opinião pública.
Musk, por exemplo, arrisca sua reputação ao interferir de maneira aberta na política dos EUA, enquanto gigantes da tecnologia, sobretudo de redes sociais, enfrentam possíveis pressões e represálias em um eventual segundo mandato de Trump.