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iPhone X falha em popularizar telas OLED

Talvez os fabricantes chineses de celulares adotem a tecnologia e apoiem a demanda, mas é pouco provável que isso aconteça no futuro próximo

 (Victor Caputo/Site Exame)

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Lucas Agrela

Lucas Agrela

Publicado em 1 de março de 2018 às 17h18.

O OLED tem um futuro promissor. Mas ainda não se sabe quando esse futuro começará e quanto durará.

O diodo emissor de luz orgânico (OLED, na sigla em inglês) foi apresentado como o futuro do smartphone porque é mais nítido e gasta menos bateria do que o predecessor com cristal líquido. No fim do ano passado, enquanto a Apple preparava seu iPhone X com OLED, os fornecedores, encabeçados pela Samsung Electronics, se apressaram a aumentar a produção.

Agora, há preocupação com o excesso de oferta e a queda dos preços. O iPhone X não se vendeu tão bem quanto Wall Street previa e a Samsung, a maior fornecedora de OLED, espera exportar cerca de metade das unidades planejadas para a Apple, segundo pessoas a par da situação. A empresa sul-coreana estima que os lucros antes de juros e impostos das telas em 2018 será inferior às projeções de alguns analistas, disseram as pessoas. A Samsung preferiu não comentar.

Talvez os fabricantes chineses de celulares adotem a tecnologia e apoiem a demanda, mas é pouco provável que isso aconteça no futuro próximo.

“Diminuir os preços serviria de incentivo para atrair os vendedores chineses e lidar com o excesso de capacidade”, disse Park Kang-ho, analista da Daishin Securities em Seul. “O mercado de OLED diminuirá neste ano, mas eu diria ‘não’ ao pessimismo sobre o ano que vem e o seguinte. Agora é a hora de a Samsung resistir.”

Compromisso

A Samsung continua comprometida com a tecnologia OLED e ainda não se sente pressionada a diminuir o preço de seus painéis, segundo as pessoas, que pediram para não serem identificadas discutindo assuntos internos da empresa. A Samsung colocou parte de suas esperanças com o OLED em um lançamento bem-sucedido da linha de smartphones Galaxy S9 e em um futuro modelo com uma tela dobrável. A Apple planeja lançar um iPhone gigante com essas telas neste ano.

No entanto, muitos fabricantes de smartphones, particularmente na China, ainda não usam amplamente a tecnologia OLED.

O principal problema tem sido o preço. Cada tela LCD de 5,5 polegadas usada no iPhone 8 Plus custa US$ 52 para a Apple e a tela OLED de 5,8 polegadas do iPhone X custa US$ 110, estima a empresa de pesquisa IHS Markit. Esses preços deveriam aumentar a curto prazo porque a Apple está comprando telas maiores para seu próximo modelo, de quase 6,5 polegadas.

Alguns fabricantes de celulares podem estar adiando a troca para o OLED devido a avanços recentes na tecnologia mais antiga de LCD, que a Apple ainda usa em quase todos os seus outros dispositivos.

“O LCD é suficientemente bom para muitos usuários e a diferença de preços entre o OLED e o LCD ainda existe”, disse Simon Chan, analista da Bloomberg Intelligence.

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