Tecnologia

Domo de Ferro: como funciona o escudo antimíssil israelense

O sistema que protege Israel de ataques aéreos evoluiu ao longo dos anos e se tornou um marco em defesa estratégica

Guerra em Israel: ataques do Hamas começaram neste sábado no sul do país (AFP)

Guerra em Israel: ataques do Hamas começaram neste sábado no sul do país (AFP)

share
André Lopes
André Lopes

Repórter

Publicado em 1 de outubro de 2024 às 14h00.

Última atualização em 1 de outubro de 2024 às 14h21.

O Irã disparou mísseis em direção ao território de Israel, disse o Exército israelense em comunicado no começo da noite da hora local (13h30 em Brasília). Em seguida, sirenes de alerta foram disparadas no país, para orientar a população a buscar abrigos seguros.

Israel diz que Irã disparou mísseis contra o país e aciona sirenes

Horas antes, uma autoridade da Casa Branca disse que os Estados Unidos estão se preparando para auxiliar Israel a se defender de  um ataque iminente com mísseis balísticos organizado pelo Irã.

O Irã pode utilizar mísseis balísticos, drones e mísseis de cruzeiro no ataque. Para conter a investida, Israel afirma estar preparado para interceptar as ameaças com seus sistemas de defesa, que pode ter que lidar nesta terça-feira, 1, com mais de 100 disparos aéreos.

(Photo by ANAS BABA/AFP via Getty Images) (Anas Baba/AFP)

O escudo de Israel

Para chegar nesse nível de precisão, foram necessários anos de desenvolvimento. O início das pesquisas para a instalação de um sistema de defesa aérea remonta a mais de 35 anos, quando Israel firmou parceria com os Estados Unidos em um projeto de defesa estratégica.

Em 1986, o Ministério da Defesa de Israel decidiu desenvolver um sistema alinhado às necessidades de segurança do país, resultando em diversas ferramentas de defesa nos anos seguintes.

O "Domo de Ferro", como é conhecido hoje, começou a ser desenvolvido em 2007 pela Rafael Advanced Defense Systems e a Israel Aerospace Industries. Após passar por inúmeros testes, o sistema tornou-se operacional em março de 2011. Em abril do mesmo ano, demonstrou sua eficácia ao derrubar um míssil direcionado a uma cidade israelense.

Funcionamento do "Domo de Ferro":

A operação do sistema baseia-se em instrumentos avançados de monitoramento, incluindo radares que detectam ataques inimigos. Ao identificar um ataque, a tecnologia determina a trajetória do míssil inimigo e, se áreas urbanas estiverem sob ameaça, lança um míssil interceptor para neutralizar a ameaça em pleno ar.

Este sistema móvel pode ser implantado em qualquer região do país, com baterias de mísseis interceptores alocadas em veículos militares.

Confira cada uma das características que permitem a precisão do sistema:

  • Instrumentos de monitoramento: Utiliza radares avançados para detectar ataques inimigos em tempo rea
  • Cálculo de trajetória: Ao identificar um míssil inimigo, a tecnologia determina sua trajetória, avaliando se áreas urbanas serão afetadas.
  • Lançamento de interceptores: Se detectada uma ameaça a áreas urbanas, o sistema lança um míssil interceptor.
  • Neutralização em pleno ar: O míssil interceptor é projetado para colidir e detonar o míssil inimigo antes que ele alcance seu alvo.
  • Mobilidade: Sistema versátil que pode ser implantado em qualquer região do país, com baterias de mísseis interceptores que podem ser alocadas em veículos militares.

A capacidade do sistema de defesa

Quanto à sua eficácia, o Ministério da Defesa relata que o Domo de Ferro intercepta aproximadamente 90% dos ataques inimigos, com o sistema em constante evolução e contando com o suporte dos Estados Unidos.

No entanto, a proteção oferecida pelo Domo de Ferro tem um custo elevado. Cada míssil interceptador Tamir custa entre US$ 40 mil e US$ 50 mil. Em um único dia de conflito, o sistema pode disparar centenas de interceptadores, resultando em gastos de dezenas de milhões de dólares.

Acompanhe tudo sobre:Conflito árabe-israelenseIsraelGuerrasFaixa de GazaArmas

Mais de Tecnologia

CEO da AWS, da Amazon, sugere demissão para quem discordar de retorno presencial

Por que a Anvisa proibiu o "chip da beleza"?

Voo barato? Atualização do Google Flights promete passagens com preços ainda mais baixos

Após acidentes fatais, Tesla é alvo de investigação sobre o sistema de direção autônoma