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Após a pandemia, questões sanitárias devem integrar sistemas de compliance

Para Fernando Fleider, diretor da consultoria ICTS-Protiviti, covid-19 causará impactos duradouros nas ações de segurança de governos e empresas

Fernando Fleider, CEO da ICTS (Divulgação/Divulgação)

Fernando Fleider, CEO da ICTS (Divulgação/Divulgação)

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Fernando Fleider, CEO da consultoria ICTS-Protiviti (Divulgação/Divulgação)

O coronavírus trouxe diversas questões para empresas. Em termos de gestão, a principal delas talvez seja relacionada às mudanças que a pandemia tem provocado — e vai provocar — na área de compliance das companhias e de governos.

“Passada a covid-19, questões sanitárias e de saúde serão parte dos sistemas de compliance", diz o diretor da consultoria ICTS-Protiviti, Fernando Fleider, que participou do exame.talks nesta quinta-feira, 14. “O que já vale para os setores farmacêutico e de alimentos deve chegar a outras áreas da economia.”

Para ele, o "novo normal" pode envolver, por exemplo, diretrizes sobre uso de máscaras em ambiente de trabalho, ou o respeito ao distanciamento entre funcionários. "A grande questão é usar a estrutura de compliance e não focá-la apenas na lei anticorrupção, mas em outras questões como saúde, privacidade, assédios, respeito às minorias."

Em conversa com o jornalista João Pedro Caleiro, Fleider alertou para questões que já são desafiadoras para as organizações. Uma delas é a adoção do home office, feita, em geral, com rapidez e facilidade para as empresas, mas com questões não tão óbvias em um primeiro momento.

"Uma parte importante dos empregos permitia o trabalho à distância. Em meio à pandemia, as empresas simplesmente tiveram de fazer esse movimento, mas a solução gera vulnerabilidades", disse, destacando que houve um aumento de ataques cibernéticos para sequestro de dados. "Com foco no espaço do escritório, a segurança do trabalho em casa é uma área à qual o setor de segurança da informação ainda não tinha se dedicado."

Lei adiada

Fleider classificou como exagerado o adiamento da vigência da Lei Geral de Proteção de Dados, que passaria a valer em agosto deste ano, mas deve funcionar apenas a partir do primeiro trimestre de 2021. "Não estamos no melhor momento possível para fazer as adaptações da LGPD, mas a postergação foi grande demais", afirmou. "O tema está crescendo muito e, com a proximidade da vigência, a questão já estava em vias de implementação.

As ações de compliance, no entanto, são, de certa forma, independentes do governo ou da vigência de legislações. Fleider abordou a importância de estar preparado para enfrentar situações adversas — e não apenas em temas ligados à privacidade de dados. "Mesmo na nossa consultoria, quando foi anunciada a quarentena até 11 de maio, sabíamos que não seguiríamos a diretriz porque as informações que tínhamos não mostravam uma melhora da situação", disse. "

Veja a conversa completa:

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