O ator Renato Aragão, conhecido como "Didi", está internado no Hospital Samaritano da Barra sob vigilância neurológica após sofrer uma acidente isquêmico transitório (AIT) nesta quarta-feira, 7.

"Ele teve um AIT [ataque isquêmico transitório]. Esta sob vigilância neurológica. Está bem e monitorado com muito amor e carinho", informou Lilian Aragão, esposa de Didi, ao G1.

Um AIT é conhecido como um "mini-AVC", por ser muito semelhante ao acidente vascular cerebral. Trata-se de um bloqueio arterial temporário no cérebro e pode trazer sequelas.

Aos 87 anos, Didi foi levado ao hospital às pressas. "Ele ficou zonzo e vim para o hospital, pensamos que fosse labirintite", disse Lilian. Até o momento, o ator segue estável e já apresentou melhores, sem estadia na Unidade de Terapia Intensiva (UTI). "Está em observação, como tem de ser. Ele está no quarto e não na UTI", completou a esposa de Renato Aragão. "Renato está maravilhoso como sempre e mandando beijos para todos", completou.

Receba as notícias mais relevantes do Brasil e do mundo toda manhã no seu e-mail. Cadastre-se na newsletter gratuita EXAME Desperta.

O que é um AIT?

O ataque isquêmico transitório (AIT) é uma alteração no cérebro que dura menos de 1 hora. Ele acontece após um bloqueio arterial temporário, que restringe o fornecimento de sangue ao cérebro. Os sintomas são bem semelhantes aos de um acidente vascular cerebral (AVC) e incluem tontura, fraqueza de um lado do corpo (e rosto), problemas de visão, fala arrastada e dormência.

Assim que identificado algum desses sintomas, indica-se ir ao hospital em emergência, pois o AIT pode indicar um futuro AVC.

Qual a diferença entre AIT e AVC?

Feres Chaddad, Professor e Chefe da Disciplina de Neurocirurgia da Unifesp e Chefe da Neurocirurgia da Beneficência Portuguesa de São Paulo exemplificou a diferença entre um AIT e um AVC para explicar o estado de saúde de Renato Aragão.

"Dentre os principais acometimentos neurológicos, as ocorrências mais comuns são os Acidentes Vasculares Cerebrais. Eles podem ser divididos em Isquêmicos (AVCI), quando há interrupção do fluxo sanguíneo no cérebro por obstrução nas artérias, e Hemorrágicos (AVCH), quando há um sangramento por ruptura de vasos sanguíneos. O AVC atinge pessoas de todas as faixas etárias, sendo a causa mais frequente de morte e incapacidades na população adulta brasileira", disse o professor.

No caso de "Didi", houve um acidente isquêmico transitório, ou seja, "uma espécie de interrupção temporária do fluxo de sangue, algo que costuma se reverter espontaneamente em pouco tempo. Por ser uma obstrução por curto período de tempo, o cérebro pode ser preservado e retomar suas funções normalmente", completou Chaddad.

Renato Aragão pode ter um AVC em breve?

Para Chaddad, não é possível afirmar que o acidente vascular virá, mas o AIT já é um claro sinal de atenção. "Esse é um indicativo de que há algo errado na circulação sanguínea cerebral e que precisa ser investigado e tratado antes da ocorrência de um AVCI, cujo potencial de danos cerebrais é muito maior.  A principal diferença é que o AIT é uma obstrução transitória no fluxo sanguíneo e o AVCI é uma obstrução permanente. As obstruções costumam ser causadas por algum tipo de coágulo ou placa de colesterol", acrescentou o doutor.

 

LEIA TAMBÉM:

Morre Roberto Guilherme, o Sargento Pincel

Didi sai da Globo após 44 anos. Como lidar com a saída depois de décadas?

68 franquias baratas para empreender a partir de R$ 6 mil em 2023

Doença da Anitta: entenda a relação entre o vírus Epstein-Bar e a esclerose múltipla