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China in Box sem Shiba: como andam os negócios do restaurante asiático

Comandado por Carlos Sadaki desde 2020, o China in Box cresceu na pandemia e agora mira nas dark kitchens. O fundador Robinson Shiba, gravemente ferido num acidente de moto em 2019, voltou às redes sociais

Mesmo com a ausência de seu fundador, a rede de alimentação asiática manteve bons números na pandemia (Fabiano Accorsi/Site Exame)

Mesmo com a ausência de seu fundador, a rede de alimentação asiática manteve bons números na pandemia (Fabiano Accorsi/Site Exame)

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Quando Carlos Sadaki assumiu o comando da TrendFoods, grupo de fast-food resultado da fusão entre as redes China in Box e Gendai, em maio de 2020, o desafio estava muito claro. O primeiro semestre despontava como um dos piores momentos da pandemia, com a obrigatoriedade do fechamento de espaços públicos e alta no número de casos de infecção pelo covid-19.

Uma outra missão estava relacionada à sucessão de uma gestão bem-sucedida até então feita pelo empresário Robinson Shiba, fundador da rede e líder do China in Box desde 1992. Inaugurado por Shiba no bairro paulista do Morumbi, o China in Box é hoje uma das principais redes de comida oriental no Brasil. Robinson deixou o cargo após sofrer um grave acidente de moto, em 2019, e voltou às redes sociais neste fim de semana para contar o estágio de sua recuperação.

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A inspiração para o negócio surgiu após uma viagem de Robinson aos Estados Unidos, onde trabalhou como entregador de comida chinesa. O empreendedor decidiu então trazer a ideia ao Brasil e difundi-la através de franquias. Nesse cenário, a disrupção era também o formato de fast-food, até então inexplorado pela cozinha asiática.

Na nova gestão, a aposta no formato delivery também foi uma salvaguarda da empresa durante a pandemia. Ao contrário de muitos restaurantes que foram penalizados pelo abre e fecha do comércio e dos shopping centeres, o China in Box teve um ano para ficar na história da empresa. A rede faturou 340 milhões de reais, um acréscimo de 10% quando comparado à receita de 2019. Apenas nos primeiros quatro meses deste ano, a empresa já cresceu na mesma proporção.

Já os pedidos feitos pelos canais digitais apresentaram alta de 30% em 2020, segundo Carlos Sadaki, presidente da empresa. “Perdemos, sim, com o fechamento de nossos salões, algo em torno de 20%. Mas o crescimento do delivery compensou essa perda”, disse. Para a franquia parceira, Gendai, as entregas triplicaram, e o faturamento foi de 70 milhões de reais.

Carlos Sadaki, CEO do China in Box: expansão em meio à pandemia (China in Box/Divulgação)

O futuro da cozinha asiática

Daqui em diante, o China in Box está aberto a novas tendências do setor de comida fora de casa. Um exemplo disso está na aposta no modelo de dark kitchens, espaços de produção de alimentos direcionados especificamente às entregas. Além do China in Box, Gendai também adotou o modelo e divide suas cozinhas com outras marcas. Juntas, todas as redes que operam no modelo de dark kitchens faturaram 32 milhões de reais em 2020, com mais de 197 cozinhas espalhadas em 21 estados e no Distrito Federal.

Em tempos de iFood, Rappi e Uber Eats, o China in Box também olha para a digitalização. Algumas melhorias tecnológicas foram feitas no aplicativo, além de estar comandando um projeto piloto de atendimento via WhatsApp em 20 lojas da marca.

A preocupação com a alimentação saudável também motivou a empresa a mudar algumas das técnicas de produção, substituindo o fogão a gás por um forno que combina o calor e o vapor. Segundo Sadaki, a nova tecnologia permite a redução de até 30% do óleo usado nos pratos. O grupo também busca por mais saudabilidade com o lançamento de outras marcas. “Vamos lançar em breve uma marca de Poke [prato havaiano], como uma maneira de seguirmos essa tendência de consumo saudável”, diz.

Para 2021, a empresa já começou a enxergar um cenário de pré-pandemia, segundo o CEO. “Com a vacinação e a reabertura das praças, já estamos em um momento muito diferente do que vivemos em maio do ano passado”. A pretensão, segundo Sadaki, é que o delivery se estabilize como um modelo resiliente de negócios, mas que as lojas físicas ainda sejam o grande ponto focal da atuação do China in Box, e também do Gendai.

Em números, a expectativa é que a marca cresça algo em torno de 5%, enquanto o Gendai deve crescer 10% até o final do ano. Já as dark kitchens miram um aumento ainda maior: de 197 cozinhas, o TrendFoods acredita chegar, até o final do ano, a 295 dark kitchens em funcionamento.

Novas diretrizes?

Dois anos após um acidente de moto, Robinson Shiba reapareceu neste domingo, 16 de maio, por meio de um post no seu perfil no Instagram: "Estou de volta!!!". Na foto do post publicado no início da tarde, Shiba aparece em uma cadeira de rodas e com um dos braços para cima.

Nos últimos anos, pouco se soube sobre o estado de saúde do empresário. Mas, segundo Sadaki, o reaparecimento de Shiba não deve afetar o funcionamento do negócio. “Aquele foi um retorno à vida social, mas em termos de gestão do negócio, ainda é cedo para afirmarmos qualquer coisa”.

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