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5 pontos de atenção para suas parcerias de inovação

Entenda com que se preocupar ao ir em busca de parcerias de inovação para o seu negócio


	Acordo: investimentos para sua ideia de negócio podem ser formados por meio de parcerias
 (Thinkstock)

Acordo: investimentos para sua ideia de negócio podem ser formados por meio de parcerias (Thinkstock)

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Da Redação

Publicado em 13 de maio de 2015 às 09h08.

São Paulo - Quando a inovação faz parte da estratégia da empresa, as ações de inovar tornam-se um desafio. Além das metodologias utilizadas, a própria inovação precisa se “renovar” de acordo com fatores internos, como tamanho da empresa, e com fatores externos, principalmente políticos e macroeconômicos.

É comum por parte da mídia uma supervalorização dos cases de empreendedores que, com uma ideia e pouco investimento, tornaram-se lendas mundiais, sinônimos de sucesso. Devemos entender que eles são exceções.

O desenvolvimento das ideias de negócio por si pode demandar poucos recursos, porém, na “vida real”, transformá-la em uma inovação que gera nota fiscal demanda investimentos, que sempre podem ser formados por meio de parcerias.

Por isso, listo 5 pontos que merecem atenção em parcerias de inovação:

1. Ter clareza da estratégia

É comum empresas saírem em busca de um produto ou serviço revolucionário que, por um golpe de sorte, venha trazer visibilidade e independência financeira ao negócio, o que pode até acontecer.

Porém, na prática, uma estratégia contendo objetivos e metas claras possui maior probabilidade de sucesso para ambos os parceiros de inovação.

2. Definir bem os parceiros

A depender do projeto, a definição do parceiro exige análises aprofundadas. O governo brasileiro já apresenta uma série de fomentos para inovação em diversas áreas do conhecimento.

Quando a decisão envolve projetos tecnológicos, a boa notícia é que, com a Lei de Inovação brasileira, parcerias com Universidades e Centros Tecnológicos passaram a contar com protocolos que facilitaram a negociação.

Antes da lei, a maioria dos recursos para inovação estava direcionada aos órgãos e empresas públicas. Aportar investimentos para empresas privadas era considerado um ato quase pecaminoso. Neste contexto, as universidades faziam pesquisas desconectadas do mercado, pois o objetivo era apenas gerar papers.

Do outro lado, ficavam as empresas, sem recursos financeiros e pesquisadores (mestres e doutores) para apoiá-las em projetos de cunho tecnológico que lhe garantiriam competitividade e crescimento sustentável.

A Lei de 2004 estabeleceu que universidades públicas poderiam dividir seus recursos humanos e de infraestrutura de pesquisa com o setor privado, sendo um marco para a área de P&D no país, pois facilitou e estimulou a interação entre a academia e o setor produtivo.

Atualmente, amparados pela lei, tanto empresas como pesquisadores podem desenvolver projetos em parcerias financiadas por fundos governamentais, a chamada “hélice tríplice”.

Com essa proximidade, os projetos ficam direcionados às necessidades das empresas que, via de regra, conhecem o consumidor. O resultado é o melhor atendimento ao mercado e o fortalecimento da economia do país.

Além dos fomentos tradicionais à inovação ofertados pela Finep, BNDES e CNPq, o governo federal em 2014 formalizou a abertura de um novo e importante órgão para este fim: a Embrappi – Empresa Brasileira de Apoio à Pesquisa Industrial.

Diferentemente do modelo padrão de parceria dos demais órgão citados – mais burocráticos – a Emprappi tem protocolos mais simplificados.

O governo federal selecionou alguns Institutos de Ciência e Tecnologia (ICTs) – como IPT, INT, ITA, Lactec entre outros – para receberem verbas para atender as demandas de projetos inovadores. A contrapartida das empresas fica em por volta de 30% do valor requerido. A vantagem está no relacionamento direto entre empresa e ICT e na agilidade no atendimento da demanda tecnológica.

Acordos de parcerias com clientes são também opções interessantes no desenvolvimento de projetos inovadores.

Além da viabilização de projetos pela somatória de recursos, une-se, por exemplo, a capacidade técnica e científica da empresa com o conhecimento de mercado e a capilaridade do distribuidor para introdução do produto ou serviço no mercado.

Mas é importante salientar que essas parcerias podem trazer impactos negativos no relacionamento com stakeholders que ficam de fora da parceria. É preciso estudo do custo-benefício e um plano de contingência para minimizá-los.

3. Atenção a compatibilidade de cultura

Embora pareça óbvio que parcerias sustentáveis ocorram com sócios de culturas similares, muitas vezes as negociações para inovação ocorrem dentro de um campo puramente técnico.

Essa miopia no alinhamento das visões pode, no curto prazo, esconder visões e conceitos não coincidentes entre as partes, que podem levar o projeto ao fracasso na fase de sua implementação.

4. Controlar prestação de contas

Um ponto de extrema importância com o uso de fomentos governamentais é a presença na empresa de profissionais com capacidade técnica-administrativa para gerenciamento dos recursos e prazos acordados.

Uma prestação de contas indevida, além de prejuízos imediatos à empresa, fechará as portas para futuras parcerias, sobretudo com órgãos públicos.

5. Visão de longo prazo, sem atropelos

Por mais recursos humanos e financeiros que possam ser disponibilizados à inovação, não é possível entrar em um “worm hole” – um atalho – para encurtar o tempo do projeto.

O processo de parcerias, principalmente tecnológicas, demandam negociações aprofundadas, seja na esfera privada ou governamental. Vencida a primeira batalha de negociações, vem o desenvolvimento de projeto, que, via de regra, traz surpresas que consomem tempo e paciência dos interlocutores.

Há um consenso no mundo dos negócios que o sucesso não pertence aos grandes, e sim, aos mais rápidos. Com base neste chavão, podemos concluir que parcerias para inovar podem trazer maior velocidade aos projetos e resultados positivos para as empresas. Mas é importante não confundir senso de urgência com atropelos.

Dessa forma, uma análise racional dos itens citados acima propiciará resultados mais previsíveis nas parcerias de inovação e, consequentemente, maior chance de crescimento sustentável do negócio.

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