Sabesp: de 2007 até agora os investimentos triplicaram, diz presidente da companhia (RICARDO CORREA / EXAME)
Da Redação
Publicado em 15 de outubro de 2014 às 15h34.
São Paulo - Pressionada por vereadores paulistanos sobre a distribuição de lucros da Sabesp, a presidente da companhia, Dilma Pena, disse nesta quarta-feira, 15, que o objetivo central da companhia não é gerar lucro, mas que não falte água.
"Temos uma companhia eficiente, que não visa lucro, mas usa de seu status de empresa para obter financiamentos mais baratos", disse a executiva, procurando defender a Sabesp das acusações de que a administração financeira como vem sendo conduzida se chocaria com a sustentabilidade do recurso hídrico e com a ideia de que o abastecimento de água é um serviço público fundamental.
Depois, questionada sobre sua declaração de que a Sabesp "não visa lucro", Dilma esclareceu que se referiu ao fato de que a missão da companhia inclui item que diz que não pode faltar água.
"Essa é a primeira premissa da Sabesp, e fazemos tudo pra que não falte", disse.
Conforme levantamento apresentado pelo vereador Nabil Bonduki (PT), nos últimos 10 anos, de 2003 a 2013, do lucro total de R$ 13,1 bilhões, R$ 5,3 bilhões foram distribuídos em dividendos.
Dilma Pena lembrou que pela Lei das S/As pelo menos 25% do lucro deve ser distribuído e comentou que a maior parte dos ganhos observados pela empresa tem sido retida para realização de investimentos.
O diretor Financeiro e de Relações com Investidores, Rui Affonso, também presente na reunião da CPI, disse que 70% do total de lucro registrado pela companhia foi retido nos últimos 10 anos, visando investimentos, enquanto outros 30% foram distribuídos para acionistas - sendo que o governo de São Paulo é o principal beneficiário da distribuição, já que detém 50,3% de participação da companhia.
"Ou seja, ou o lucro da Sabesp se traduz em investimento ou em investimento público", disse.
Dilma completou que de 2007 até agora a Sabesp triplicou os investimentos.
"Não fossem esses investimentos feitos, a situação (do abastecimento na Grande São Paulo) seria muito mais grave."