São Paulo – A Petrópolis, dona das marcas de cerveja Itaipava, Crystal e Petra, pode ser responsável por uma dívida de 530 milhões de reais que pertence à Imcopa, e agora está sendo cobrada judicialmente pelos bancos HSBC, Credit Suisse e ING. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo, desta segunda-feira. 

Desde 2008, a Imcopa enfrenta uma série de dificuldades financeiras e, no início deste ano, chegou a pedir recuperação judicial a fim de evitar falência. Não é claro para o mercado se a processadora de soja pertence mesmo à cervejaria Petrópolis. Sabe-se, no entanto, que as duas mantêm uma parceria de produção de derivados de soja.

De acordo com o Estadão, a Petrópolis seria a dona oculta da Imcopa e, nos últimos anos, teria arquitetado a aquisição sem ter responsabilidade pelas dívidas da companhia.  “Essas empresas criaram uma confusão patrimonial para enganar os credores, mas, na prática, são uma coisa só”, afirmou Leonardo Morato, advogado que representa o HSBC, no caso.

A Imcopa acumula dívida de 380 milhões de reais com o HSBC, de 90 milhões de reais com o Credit Suisse e, com o banco ING, a dívida chega a 50 milhões de reais, disse a reportagem.

Por meio de comunicado, a Petrópolis negou aque tenha qualquer participação na Imcopa. Veja a declaração da empresa na íntegra:

"O Grupo Petrópolis reafirma que não tem qualquer relação de sociedade na IMCOPA e não tem interesse futuro em adquirir seus ativos. As empresas possuem um acordo para a industrialização por encomenda de soja que gera produtos finais que são comercializados pela Petrópolis. É falsa, maldosa e de interesse duvidoso a afirmação de que a empresa se apropriou da Imcopa “ por baixo do pano”, atribuída aos bancos citados em reportagem do jornal O Estado de S. Paulo.

Todos os contratos entre as partes estão devidamente registrados no Cartório de Títulos e Documentos de Araucária. É fundamental que se esclareça também que, graças ao contrato mencionado, a IMCOPA conseguiu honrar com cerca de R$ 100.000.000,00 (cem milhões de reais) dos financiamento que tem com estes bancos credores. Em momento nenhum a Petrópolis colheu benefícios de créditos de impostos anteriores à época da efetivação do primeiro contrato de industrialização por encomenda. O Grupo Petrópolis segue estritamente a legislação tributária, fato que pode ser comprovado a qualquer momento".

*Nota atualizada às 17h05