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Petrobras eleva investimentos para 2012-2016 e corta produção

A estatal elevou em 5,25 por cento os investimentos em relação ao plano anterior

Plataforma P-56 da Petrobras em Angra dos Reis (Ari Versiani/AFP)

Plataforma P-56 da Petrobras em Angra dos Reis (Ari Versiani/AFP)

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Da Redação

Publicado em 14 de junho de 2012 às 23h27.

Rio de Janeiro - A Petrobras divulgou nesta quinta-feira o plano de negócios para o período entre 2012 e 2016 com previsão de mais investimentos mas com redução das metas de produção de petróleo e gás, num anúncio que desagradou o mercado.

A estatal elevou em 5,25 por cento os investimentos em relação ao plano anterior (2011 a 2015), para 236,5 bilhões de dólares, mas cortou as metas de produção de petróleo e gás.

Agora a Petrobras espera alcançar a produção de 3,3 milhões de barris de óleo equivalente por dia (boe) em 2016, volume 18 por cento menor que a produção de 3,99 milhões de boe prevista para 2015, segundo o plano anterior.

"Esperamos uma reação negativa nos preços das ações da Petrobras com o novo plano de negócios para o período 2012-2016", disse o JP Morgan em relatório.

"Sem aumento significativo da produção no curto prazo (...), acreditamos que em 2012 é provável que o crescimento seja próximo de zero", disse o disse o JP Morgan em relatório.


Além disso, o JP Morgan afirmou que o investimento previsto pela estatal, de em média 47,3 bilhões de dólares por ano, é maior que a capacidade de execução da empresa. "Mantemos para o momento nossas projeções de 40 a 42 bilhões de dólares ao ano em investimentos", disse a equipe de análise do JP.

Para o Citibank, o compromisso verdadeiro de investimento da companhia "aponta para 209 bilhões de dólares nos próximos cinco anos, já que 28 bilhões de dólares são para projetos ainda não confirmados".

O Citi também questionou a capacidade de geração de caixa da empresa, já que a Petrobras está trabalhando com "um maior pressuposto do preço mínimo do petróleo, na faixa de 90 a 100 dólares do barril, maior que a nossa expectativa, e não houve indicações para ajustes dos preços dos combustíveis".

Segundo relatório do Bradesco, o novo plano é, à primeira vista, negativo para a Petrobras. "Em conjunto, a maior capex (investimento) e alvos de produção mais baixos parecem ser negativos. Acreditamos que o mercado vai reagir negativamente a esta notícia", disse o banco, no documento.

Pelo menos nesta sessão isso se confirmou. Os papeis preferenciais da empresa fecharam em queda de 3,86 por cento, a 18,17 reais, enquanto o principal índice de ações da bolsa paulista caiu apenas 0,54 por cento.

Metas

Para 2020, o novo programa de investimentos a estatal prevê produção total de 5,7 milhões barris de óleo equivalente/dia considerando os ativos no exterior, volume 10 por cento menor que os 6,4 milhões de boe previstos anteriormente para o mesmo período.


A empresa espera manter o nível de produção de petróleo em 2012 e 2013 em linha com 2011, cuja meta de produção era de 2,1 milhões de barris diários (bpd) no Brasil. A estatal, porém, não cumpriu esta meta e produziu 2,02 milhões de barris/dia no ano passado. Até 2015 a Petrobras prevê acréscimo de 1,2 mi bpd em sua capacidade de extração atual.

A área de exploração e produção de petróleo e gás natural concentrará o maior volume de investimentos, de 141,8 bilhões de dólares, equivalente a 60 por cento do total. No plano anterior estavam destinados 127,5 bilhões de dólares.

O segmento de refino, que tem causado prejuízos à estatal devido ao crescimento da importação de gasolina, sofreu um corte de 5,1 bilhões de dólares. Terá 65,5 bilhões de dólares, ou 27,7 por cento do total, contra 70,6 bilhões de dólares, ou 31 por cento do investimento total, do plano passado.

As áreas de Gás e Energia, Petroquímica e Biocombustíveis se mantiveram com os níveis de investimentos semelhantes aos previstos anteriormente.

Preços de petróleo

A Petrobras considera preços do petróleo tipo Brent entre 90 e 100 dólares o barril no seu no plano de investimentos. O plano anterior considerava a cotação da commodity entre 80 e 95 dólares.

Dependendo dos preços do petróleo no mercado internacional, a companhia prevê para 2016 uma geração de caixa entre 38 bilhões e 44 bilhões de dólares.

A estatal espera necessidade média de captação anual entre 16 bilhões e 18 bilhões de dólares ao ano para financiamento dos projetos, valor que também irá variar de acordo com a cotação da commodity.

Desinvestimento

A Petrobras anunciou ainda que montante de desinvestimentos e restruturação de ativos foi ampliado no novo plano, alcançando o valor de 14,8 bilhões de dólares, contra um desinvestimento de 13,6 bilhões anteriormente planejado.

A estatal não detalhou, porém, o plano de venda de ativos, se limitando a dizer que o foco será em projetos no exterior.

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