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Da Redação
Publicado em 10 de outubro de 2010 às 03h39.
Rio de Janeiro - A OSX, empresa de estaleiros do grupo EBX, do empresário Eike Batista, recorreu do parecer técnico negativo concedido pelo Instituto Chico Mendes (ICMbio) em Santa Catarina sobre a instalação de um estaleiro de 1,7 bilhão de dólares na cidade de Biguaçu, naquele Estado.
De acordo com o diretor financeiro e de relações com o mercado da OSX, Roberto Monteiro, apesar da empresa ter iniciado um processo paralelo de licenciamento no Estado do Rio de Janeiro, anunciado nesta terça-feira, o projeto em Santa Catarina é viável e um novo parecer foi solicitado ao ICMbio de Brasília.
"Fizemos estudos técnicos que mostraram viabilidade técnica, a decisão (pelo ICMbio-SC) foi não técnica, por isso recorremos à instância superior do órgão em Brasília," explicou Monteiro. O recurso foi apresentado na semana passada, informou.
Segundo o executivo, se a obra for realizada em Santa Catarina o prazo para receber a Licença de Instalação será mantido em janeiro de 2011. Se for no Estado do Rio de Janeiro, no entanto, a LI passaria a ser esperada para abril de 2011.
O atraso, segundo Monteiro, no caso da obra ser feita no Estado do Rio de Janeiro, seria compensado pelas facilidades que a empresa teria na construção do estaleiro dentro do Porto do Açu, um complexo de logística que inclui porto, termelétrica e refinaria no norte do Estado e que já conta com um pouco de estrutura dos outros projetos.
Monteiro explicou que nos dois Estados o projeto do estaleiro seria o mesmo e teria custo e produtividade semelhantes, e, portanto, não existe uma preferência geográfica para a instalação.
"Vamos decidir no momento certo, são similares no investimento e na capacidade de produção," afirmou ao ser perguntado o que a empresa faria se as duas licenças ambientais fossem dadas na mesma época.
OGX garantida
O executivo afastou também possíveis atrasos para a OGX, braço de petróleo e gás do grupo EBX e cliente preferencial da OSX, com a demora da escolha do local do estaleiro que construirá unidades de perfuração.
"Já trouxemos uma FPSO (plataforma flutuante) para a OGX e vai começar a produzir no primeiro semestre de 2011...estamos procurando a segunda plataforma, mas que vai entrar em produção em 2012," informou.
A empresa está participando também da licitação de sondas da Petrobras, junto com a empresa de engenharia Etesco disputando duas das 28 sondas que serão em parte adquiridas e em parte arrendadas pela estatal.
"Entramos na (licitação) Petrobras para produzir sondas, mas não queremos ser operadores, quem vai operar é a Etesco," explicou Monteiro, ressaltando que a empresa só participará de licitações que não atrapalhem as encomendas da OGX.
"A OGX tem um livro da ordem de 30 bilhões de dólares para os próximos 10 anos, é isso que sustenta o nosso negócio. A Petrobras é só um complemento nosso", afirmou, referindo-se às 48 plataformas que a OGX pretende encomendar à OSX.