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O novo passo das aéreas: cobrar bagagem de mão

A medida foi anunciada nesta sexta-feira por uma das estrelas do baixo custo, a irlandesa Ryan Air. Regra brasileira em vigor até 2022 proíbe a cobrança

Ryanair: Nesta sexta-feira, a companhia anunciou um passo além na política de viagens de baixo custo. (Enrique Calvo/Reuters)

Ryanair: Nesta sexta-feira, a companhia anunciou um passo além na política de viagens de baixo custo. (Enrique Calvo/Reuters)

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Lucas Amorim

Publicado em 24 de agosto de 2018 às 16h12.

Última atualização em 24 de agosto de 2018 às 16h12.

São Paulo - Convém ficar atento às inovações da companhia aérea irlandesa Ryanair, estrela do serviço de baixo custo na Europa. A companhia foi uma das responsáveis por popularizar a cobrança por bagagens extras — o preço atual é de 25 libras por uma mala de até 20 quilos.

Nesta sexta-feira, a Ryanair anunciou um passo além na política de viagens de baixo custo. A empresa vai começar a restringir a bagagem de mão para uma bolsa pequena (como uma bolsa feminina, ou uma mochila). A medida passa a valer para a partir de primeiro de setembro. Até então, a empresa permitia bagagens de mão de até 10 quilos. Agora a bagagem de mão passa a custar seis euros.

A Ryanair anunciou que a mudança visa “reduzir os atrasos nos embarques”, já que o volume de bagagem de mão tem causado atrasos nos voos porque os passageiros perdiam tempo tentando acomodar malas nos compartimentos acima de suas cabeças.

Os passageiros não estão muito satisfeitos, já que em janeiro a empresa já havia anunciado uma restrição na política de bagagens. O jornal britânico The Telegraph chegou a publicar nesta sexta-feira uma reportagem intitulada “Tudo que você precisa saber sobre a controversa nova regra de bagagens da Ryanair”.

O Telegraph chega a chamar de cínico quem pode pensar que a nova cobrança não visa dar agilidade, mas sim garantir mais receita para a empresa. Cerca de 27% do faturamento da Ryanair vem da cobrança de extras.

A medida é anunciada num momento em que o excesso de bagagens de mão tem virado uma rotina nos aeroportos Brasil afora. Anúncios de empresas aéreas exigindo o despacho de 10, 15, 20 bagagens na fila de embarque é cada dia mais comum. E as estratégias de cobrança de extras, típicas das empresas “low cost” devem ganhar novo fôlego com a chegada de uma nova competidora especializada em baixo custo, a Norwegian, que passa a operar no Brasil em outubro.

Desde setembro do ano passado as quatro maiores empresas aéreas do Brasil — Avianca, Azul, Gol e Latam — cobram para despachar a bagagem de seus passageiros. A regra que permite a cobrança foi aprovada pela Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) em dezembro de 2016. Até então, as empresas eram obrigadas a oferecer gratuidade para bagagens com até 23 quilos. A resolução também ampliou o peso máximo da bagagem de mão, de 5 para 10 quilos.

A medida, segundo a Anac, não reduziu o preço médio das passagens nas 10 rotas mais movimentadas do país, como era uma promessa das empresas aéreas, mas reconhece que ainda é cedo para uma avaliação definitiva. A Associação Brasileira das Empresas Aéreas justifica que o preço é impactado por uma série de fatores, como o querosene de aviação, que subiu desde o início da cobrança de bagagens.

Pela regra em vigor da Anac as empresas não podem cobrar por bagagem de mão com menos de dez quilos. A agência previu uma revisão dentro de cinco anos, quando temas como novas restrições a bagagem de mão podem vir a ser debatidos. Até lá, os passageiros seguem com o direito de levar consigo suas bagagens — e devem continuar ouvindo os pedidos das companhias de despachá-las na porta de embarque.

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