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Marca de luxo Daslu é leiloada por R$ 10 milhões — relembre sua história

Lance vencedor foi 32º na disputa pela marca, que tinha lance mínimo de R$ 1,4 milhão; leilão é desfecho de uma história de escândalos e glamour; relembre

Moda: Daslu foi ícone do mercado de luxo, teve marca leiloada (Foto/Thinkstock)

Moda: Daslu foi ícone do mercado de luxo, teve marca leiloada (Foto/Thinkstock)

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Mariana Desidério

Mariana Desidério

Publicado em 7 de junho de 2022 às 14h02.

Última atualização em 7 de junho de 2022 às 14h19.

A marca de luxo Daslu foi leiloada nesta terça-feira por R$ 10 milhões, lance bem maior que o mínimo estabelecido, de R$ 1,4 milhão. O certame online foi realizado pelo leiloeiro Sodré Santoro. O lance vencedor foi o 32º na disputa pela marca. A venda será concretizada após o pagamento do valor. A identidade do comprador não foi revelada.

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Estavam à venda 50 registros e processos ativos junto ao Instituto Nacional de Propriedade Intelectual (Inpi), que incluem o uso da marca em diversos tipos de roupas, aparelhos de jantar, artigos para pets, serviço de decoração de festas e cerimonial, dentre muitos outros usos. O leilão incluía ainda o domínio da marca na internet, criado em 1997.

Fundação e auge nos anos 1990

A marca de luxo foi fundada na década de 1950 pelas socialites Lucia Piva Albuquerque e Lourdes Aranha. As duas tinham o costume de reunir amigas para exibir peças de roupa exclusivas em uma casa na Vila Nova Conceição, bairro nobre da capital paulista.

Após a morte de Lucia, quem assumiu o comando da marca foi sua filha, Eliana Tranchesi. Na década de 1990, Tranchesi trouxe para a Daslu peças de marcas internacionais, numa época em que só era possível ter acesso a esses produtos em viagens para fora do país.

Villa Daslu e sonegação fiscal

Em meados dos anos 2000, Tranchesi inaugurou a Villa Daslu, um imponente edifício neoclássico, de 20 mil metros quadrados e construído ao custo de R$ 100 milhões, que chegou a ter 700 empregados.

No entanto, pouco mais de um mês após a inauguração do empreendimento, em 2005, a Daslu foi alvo da operação Narciso, da Polícia Federal. Tranchesi chegou a ser presa sob suspeita de sonegação fiscal. Em 2009, a empresária foi condenada a 94 anos de prisão por crimes como formação de quadrilha e falsidade ideológica.

No entanto, ficou apenas um dia na prisão, devido ao seu estado de saúde. Na época, a empresária fazia tratamento contra o câncer. Ela morreu em 2012 em decorrência da doença.

Dívidas de R$ 80 milhões

Com dívidas de R$ 80 milhões, a Daslu pediu recuperação judicial em 2010, e foi vendida para o fundo Laep Investments. Em 2016, o Tribunal de Justiça de São Paulo determinou o despejo de uma loja da marca no shopping JK Iguatemi, devido a uma dívida de R$ 3 milhões em aluguéis atrasados.

Recentemente, o ocaso da Daslu ganhou mais um capítulo. O irmão de Eliana Tranchesi, Antônio Carlos Piva de Albuquerque, que atuou como diretor financeiro da Daslu, foi preso em São Paulo no dia 30 de maio. Procurado, ele foi condenado em 2013 por sonegação de impostos.

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