Negócios

Grupo Havan inaugura loja em Brasília com ares de comício eleitoral

Havan é comandada por Luciano Hang, um dos empresários que mais apoiou a candidatura de Jair Bolsonaro à Presidência

Havan | Foto: Germano Lüders/Exame (Germano Lüders/Exame)

Havan | Foto: Germano Lüders/Exame (Germano Lüders/Exame)

AB

Agência Brasil

Publicado em 4 de novembro de 2018 às 14h10.

Com ares de comício eleitoral, a inauguração de uma unidade da rede catarinense de lojas de departamento Havan atraiu, nesse sábado (3), uma multidão ao Setor de Indústrias e Abastecimento (SIA) de Brasília.

Comandada por Luciano Hang, um dos empresários que mais apoiaram a candidatura de Jair Bolsonaro à Presidência da República, a Havan inaugurou sua 117ª loja física prometendo investir, em 2019, R$ 500 milhões na construção de outras 20 novas unidades em quatro estados (SC, SP, PR e RS) e ampliar o Centro de Distribuição da rede, localizado em Barra Velha (SC).

Na capital federal, a curiosidade atraiu tanta gente que a Polícia Militar teve de deslocar viaturas para o local a fim de dar apoio ao controle do fluxo de veículos. Muitas das pessoas usavam camisetas com a imagem de Bolsonaro ou da Seleção Brasileira. Algumas chegaram a gritar palavras de ordem e a comemorar a eleição do capitão reformado, há apenas uma semana.

Estátua da Liberdade

A inauguração da primeira loja da rede no Distrito Federal foi precedida por uma polêmica envolvendo um dos símbolos pelo qual o Grupo Havan é conhecido: as réplicas da Estátua da Liberdade, instaladas diante de cada nova loja.

Na capital federal, no entanto, a Administração do Setor de Indústrias e Abastecimento e o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) impediram a instalação da estátua que, somada à estrutura do empreendimento, chega a medir cerca de 35 metros de altura.

O impedimento se deve a um decreto distrital que limita em 12 metros as peças publicitárias. A norma é em respeito ao Plano Diretor de Publicidade, que orienta a instalação de meios de propaganda no SIA e em outras regiões administrativas do Distrito Federal. O grupo Havan está recorrendo da proibição.

Constrangimento

Fundado em 1986, em Brusque (SC), como uma pequena loja de atacado de tecidos em 1986, o Grupo Havan também atua nos segmentos de geração de energia elétrica, postos de combustível, factoring, hotelaria, entre outros. Durante as últimas eleições, a pedido do Ministério Público do Trabalho (MPT), a Justiça trabalhista proibiu a empresa de adotar condutas capazes de influenciar os votos de seus cerca de 15 mil funcionários, sob pena de multa de R$ 500 mil.

O MPT acusou Hang de constranger parte dos empregados ao convocá-los para dois atos realizados em diferentes lojas de Santa Catarina e declarar que a empresa poderia "fechar as portas e demitir" seus colaboradores caso algum candidato de esquerda vencesse as eleições e que contava com os votos dos funcionários em Bolsonaro.

A Havan também foi acusada pelo jornal Folha de S.Paulo de integrar um grupo de empresas que, em apoio a Bolsonaro, teriam assinado contratos de até R$ 12 milhões com empresas especializadas no disparo de mensagens em massa pelo aplicativo WhatsApp - prática vedada que, entre outras coisas, configuraria Caixa 2. A pedido da equipe de campanha do candidato derrotado Fernando Haddad (PT), o TSE instaurou ação para investigar a suspeita.

Na ocasião, o ministro do TSE, Jorge Mussi, afirmou que "toda a argumentação desenvolvida pela autora [a equipe de Haddad] está lastreada em matérias jornalísticas, cujos elementos não ostentam aptidão para, em princípio, nesta fase processual de cognição sumária, demonstrar a plausibilidade da tese em que se fundam os pedidos e o perigo de se dar o eventual provimento em momento próprio, no exame aprofundado que a regular instrução assegurará."

Acompanhe tudo sobre:Eleições 2018EmpresáriosJair BolsonaroLojasLojas Havan

Mais de Negócios

Como o Brasil entrou no top 3 desta gigante suíça que fatura US$ 3 bilhões com skincare e injetáveis

De tabuleiro a parceira com o Japão: a milionária aposta do Ceará em jogos

Pop Mart dispara após aumento de mais de cinco vezes na receita internacional no 3º trimestre

Sem investidores, startup deve faturar milhões com 'remendas' para melhorar a gestão das empresas