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Governo de SP espera CEO global da GM em março para anunciar investimento

Há dois meses, montadora anunciou que poderia deixar produção no Brasil se não voltasse a ter lucro

GM: Montadora investiu R$ 13 bilhões no Brasil desde 2014 (Carlos Osorio/Reuters)

GM: Montadora investiu R$ 13 bilhões no Brasil desde 2014 (Carlos Osorio/Reuters)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 22 de fevereiro de 2019 às 15h44.

São Paulo - O governo do Estado de São Paulo espera a visita da CEO global da GM, Mary Barra, para fazer o anúncio de um investimento bilionário em março, após o carnaval, dois meses depois de a montadora ameaçar deixar de produzir no Brasil caso não voltasse a ter lucro. Procurada, a montadora não quis comentar.

O aporte seria de R$ 10 bilhões, conforme apurou o jornal "O Estado de S. Paulo". O investimento, no entanto, depende de acordos com os governos dos Estados onde a empresa mantém fábricas (São Paulo e Rio Grande do Sul), fornecedores, concessionárias e trabalhadores.

Em São Paulo, a negociação ainda está em andamento, mas o secretário da Fazenda, Henrique Meirelles, está confiante em um acerto. "As conversas evoluíram bastante, estamos otimistas", disse, em entrevista a jornalistas. "Vamos aguardar a vinda em março da presidente mundial da GM (Mary Barra), que vai anunciar os próximos passos", afirmou. O governador João Doria (PSDB) fala em anúncio após o carnaval.

O atual programa de investimentos da GM no Brasil, de R$ 13 bilhões, começou em 2014 e termina este ano. A empresa, no entanto, alega que teve prejuízo na operação nos últimos três anos. Para seguir no Brasil e anunciar novos aportes, teria de voltar a ter lucro. Para isso, busca reduções de custos com todas as partes envolvidas.

Em janeiro, a empresa divulgou comunicado a funcionários no qual alerta para "momento muito crítico" que vive a empresa. Diz que o prejuízo não pode se repetir e reproduz trecho de entrevista concedida pela própria Mary Barra no qual ela dá sinais de que a montadora pode sair da América do Sul. "Não vamos continuar investindo para perder dinheiro", ela afirma.

Para ter um alívio em seu caixa, a GM pediu ao governo paulista a antecipação de créditos acumulados no ICMS. Meirelles já disse que há pouco a ser feito para 2019, mas trabalha numa solução que teria efeito a partir de 2023 e valeria para todas as montadoras. No Rio Grande do Sul, a empresa pede isenção no ICMS cobrado no frete interestadual e diminuição de custos para exportar a partir do Porto de Rio Grande.

Entre os trabalhadores, já há um acordo com os metalúrgicos da fábrica de São José dos Campos (SP), para redução de custos trabalhistas. Segundo o sindicato local, o acerto vai garantir um investimento de R$ 5 bilhões na fábrica. A GM não confirma esse valor. As negociações com os sindicatos de São Caetano do Sul (SP) e de Gravataí (RS) estão em andamento.

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