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Embraer quer cortar US$ 200 milhões em custos até o fim do ano

A maior parte dos cortes, de US$ 100 a US$ 130 milhões, virá da redução da força de trabalho

Embraer: a maior parte dos cortes, de US$ 100 a US$ 130 milhões, virá da redução da força de trabalho (Divulgação)

Embraer: a maior parte dos cortes, de US$ 100 a US$ 130 milhões, virá da redução da força de trabalho (Divulgação)

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Karin Salomão

Karin Salomão

Publicado em 31 de outubro de 2016 às 17h20.

Última atualização em 31 de outubro de 2016 às 17h26.

São Paulo - A Embraer revelou um plano para cortar US$ 200 milhões em custos até o fim do para melhorar as suas margens. A maior parte dos cortes, de US$ 100 a US$ 130 milhões, virá da redução da força de trabalho. Outros US$ 70 milhões virão de outras despesas.

Até agora, 1.600 funcionários, ou quase 8% de sua força de trabalho, já se inscreveram, gerando redução de cerca de US$ 110 milhões nos gastos, afirmou a fabricante de aeronaves.

No entanto, o programa irá custar US$ 118 milhões para ser implementado, em pagamentos e benefícios àqueles que se inscreverem. Para conseguir pagar esse valor no futuro, a Embraer fez provisões no terceiro trimestre desse ano. Esse é um dos custos não recorrentes, ou seja, que não se repetem nos próximos anos, que minaram os resultados da companhia esse trimestre.

Outro gasto dessa natureza foi uma provisão para pagamento de um acordo para encerrar investigações sobre subornos para fechamento de vendas.

Excluindo itens não recorrentes, a empresa teria Ebitda ajustado positivo, de US$ 95 milhões, ao invés dos US$ 29 milhões negativos. A companhia apresentou prejuízo líquido de RS 111,4 milhões no terceiro trimestre do ano.

Entregas e pedidos

As entregas de aeronaves comerciais subiram para 29 em relação a 21 no terceiro trimestre do ano passado. Por outro lado, a Embraer entregou menos jatos executivos, 25 no período em relação a 30 no ano passado.

Ainda que o número de entregas tenha crescido, o nível de pedidos, ou backlog da companhia, encolheu para US$ 21,4 bilhões, em comparação aos US$ 22,8 bilhões um ano antes.

A companhia afirmou que possui um inventário de cerca de US$ 200 milhões em aeronaves que foram fabricadas mas ainda não vendidas. No entanto, ela não irá sacrificar as suas margens de lucro em troca do volume de vendas, afirmou o diretor financeiro José Antonio Filippo.

Suspeitas de suborno

Em investigações internas iniciadas em 2010, a Embraer encontrou evidências de problemas em vendas na Arábia Saudita, Índia, Moçambique e República Dominicana no período de cinco anos até 2011.

Ela era investigada pelo Departamento de Justiça dos Estados Unidos (DOJ) e Securities and Exchange Comission (SEC), e, no Brasil, pelo Ministério Público Federal (MPF) e Comissão de Valores Mobiliários (CVM).

Esse trimestre, a companhia acertou o pagamento de US$ 206 milhões para autoridades brasileiras e norte-americanas para encerrar o caso de pagamentos de subornos.

O acordo "virou a página" da companhia em relação a essas investigações, afirmou Paulo Cesar de Souza e Silva, presidente da companhia. "A empresa cometeu esse erro anos atrás e é responsável pelas consequências. Mas acreditamos que o caso está acabado e vamos focar nas nossas operações para o futuro", disse ele.

Ela já havia feito provisões de US$ 200 milhões em julho deste ano. Nesse trimestre, a companhia ainda separou mais US$ 6 milhões em provisões para o pagamento de multas relacionadas ao caso.

A empresa ainda será monitorada por autores independentes pelos próximos três anos. Em relação ao seu programa de compliance, a fabricante de aeronaves afirmou que mais de 20.000 pessoas foram treinadas até o fim de 2015, incluindo funcionários, gerência e parceiros comerciais.

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