Negócios

Como Lenovo e Motorola coexistirão no mercado brasileiro

A Lenovo anunciou sua chegada ao mercado de smartphones no Brasil hoje. A empresa terá que competir e coexistir com a Motorola, também da empresa chinesa

Lenovo e Motorola: as duas linhas irão coexistir no mercado brasileiro (David Ramos/Getty Images)

Lenovo e Motorola: as duas linhas irão coexistir no mercado brasileiro (David Ramos/Getty Images)

Victor Caputo

Victor Caputo

Publicado em 4 de dezembro de 2015 às 17h35.

São Paulo – Hoje a Lenovo anunciou que começará a atuar no mercado brasileiro de smartphones. Não fosse a marca Lenovo estampada nas paredes do evento, era possível tomar a apresentação do Vibe, o novo smartphone, pelo lançamento de um novo aparelho da Motorola.

A empresa americana foi comprada pela Lenovo do Google por 2,91 bilhões de dólares—processo de aquisição que foi concluído em outubro do ano passado. Em linhas gerais, a operação de smartphones da Lenovo no Brasil tem muitas similaridades com a Motorola.

A equipe das duas é a mesma, por exemplo. O novo produto da Lenovo será montado no Brasil. Isso será feito na fábrica de Jaguariúna, no interior de São Paulo, que era usada somente pela Motorola. A rede de assistência usada pela Lenovo é a mesma da Motorola—já bem estabelecida, vale dizer.

De acordo com executivos da empresa, as linhas Vibe (da Lenovo) e Moto (da Motorola) serão complementares e coexistirão no mercado brasileiro. Tradicionalmente, a linha da Lenovo é forte no mercado asiático. A Motorola, por sua vez, é um dos nomes mais respeitados nas Américas.

Algumas similaridades na estratégia são inevitáveis. As duas linhas de smartphones se colocam no mercado como jovens e inovadoras.

Algo, importante para o consumidor, é visível: o preço. De acordo com Sergio Buniac, vice-presidente de mobile de Lenovo e Motorola na América Latina, pedir preço justo pelos aparelhos será padrão das duas marcas.

Canibalismo ou competição

O Vibe, da Lenovo, chega com uma proposta de aparelho (e de preço) bastante similar ao Moto X Play, da Motorola. De acordo com Buniac, pesquisas mostram que existe, de fato, uma canibalização no mercado com as duas marcas.

Mais importante do que a canibalização, no entanto, é o ataque a outras fabricantes—que também existe. A empresa realizou pesquisas de mercado para ver os efeitos do lançamento da nova marca por aqui.

As entrevistas com consumidores mostram uma canibalização para 12% deles. Por outro lado, o ataque a outras marcas tem êxito em 49% dos casos.

Um trunfo, inclusive, é que esse ataque à concorrência tem sucesso em casos que nenhum produto da linha Moto, da Motorola, consegue.

América Latina

A chegada da Lenovo ao Brasil é o primeiro passo para a expansão por toda a América Latina. Buniac afirmou que a empresa continuará essa expansão, mas não pode dar mais detalhes sobre isso. O Vibe deve chegar a outros países em breve.

O trabalho no Brasil é para longo prazo, de acordo com ele. A operação por aqui é bem estabelecida—a empresa terá uma fábrica à disposição.

“Nossa ideia no Brasil é de um trabalho sério e de longo prazo. Não queremos importar 30 mil unidades, vender tudo em um dia na internet e dizer que foi um sucesso”, disse Buniac.

Acompanhe tudo sobre:EmpresasEmpresas americanasEmpresas chinesasempresas-de-tecnologiaIndústria eletroeletrônicaLenovoMotorolaSmartphones

Mais de Negócios

O Halloween deste ano nos EUA deve ter menos chocolate; entenda por quê

Empresário que quase faliu depois do Katrina hoje tem patrimônio de US$ 9,5 bi

Como esta seguradora que movimenta US$1,4 trilhão se tornou uma das maiores microfranquias do Brasil

Speedo, de roupas esportivas, entra na corrida de alimentos saudáveis com barrinha de proteína