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Com Motorola, Lenovo não vai se contentar com terceiro lugar

Aquisição de quase US$ 3 bilhões vai ajudar a empresa a levantar as vendas globais e a desafiar Samsung e Apple


	Smartphone da Lenovo: segundo CEO, Motorola vai ajudar a conquistar vendas em mercados como EUA e Europa
 (Brent Lewin/Bloomberg)

Smartphone da Lenovo: segundo CEO, Motorola vai ajudar a conquistar vendas em mercados como EUA e Europa (Brent Lewin/Bloomberg)

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Da Redação

Publicado em 31 de outubro de 2014 às 16h20.

Pequim - A Lenovo Group disse que a compra da Motorola Mobility, que pertencia à Google, vai ajudar a empresa a levantar as vendas globais de smartphones e a desafiar as líderes do mercado Samsung Electronics e Apple. O valor da compra foi de US$ 2,91 bilhões.

“A Lenovo ocupará o terceiro lugar no mercado global de smartphones, mas com certeza não vai parar aí”, disse o CEO Yang Yuanqing em entrevista por telefone ontem. “Queremos liderar a área de smartphones e aparelhos móveis”.

O nome Motorola vai ajudar a Lenovo a conquistar vendas em mercados maduros, como os EUA e a Europa, onde seus próprios aparelhos móveis progrediram pouco, e vai servir como uma marca premium nos mercados emergentes, disse Yang.

A aquisição, finalizada ontem, também dá à Lenovo uma nova arma na luta por uma participação de mercado contra a Xiaomi Corp., que superou as vendas de smartphones da empresa com sede em Pequim no terceiro trimestre.

A Lenovo, no terceiro trimestre, deu um impulso de 38 por cento às remessas globais de smartphones, que totalizaram 16,9 milhões de unidades e foram a quarta maior do mundo, disse a International Data no dia 29 de outubro. Sua participação de mercado passou de 4,7 por cento no ano passado para 5,2 por cento.

A Xiaomi, com sede em Pequim, assumiu o terceiro lugar depois de mais do que triplicar as remessas, para 17,3 milhões de unidades, conquistando assim 5,3 por cento do mercado global, disse a IDC.

A Samsung, com sede em Suwon, Coreia do Sul, continua sendo a maior vendedora de smartphones do mundo, com uma participação de 23,8 por cento.

A Apple, com sede em Cupertino, Califórnia, é a segunda maior, com 12 por cento do mercado, de acordo com a IDC. A Motorola não está entre os cinco principais vendedores do ranking da IDC.

Estímulo às vendas

As vendas da Motorola na Ásia, na América Latina e nos EUA teriam impulsionado a Lenovo para o terceiro lugar do ranking global neste trimestre, disse Kiranjeet Kaur, analista da IDC em Cingapura, ontem.

A participação de mercado de ambas as empresas juntas seria de 8 por cento, disse Neil Mawston, diretor-executivo da empresa de pesquisa Strategy Analytics, por e-mail.

A Lenovo fez incursões além da China e os mercados internacionais são responsáveis por 20 por cento das remessas de smartphones no terceiro trimestre, em contraste com 9 por cento no ano anterior, disse a IDC.

O pagamento pela Motorola incluiu US$ 1,41 bilhão em dinheiro e ações da Lenovo no momento da finalização da compra e US$ 1,5 bilhão em uma nota promissória com vencimento em três anos, disse ontem a Lenovo.

Dinheiro e capital

A Lenovo também pagou cerca de US$ 228,5 milhões à Google pelo dinheiro e pelo capital de giro restante na Motorola no momento de finalização da compra.

Com a transação, a maioria do portfólio de patentes da Motorola fica com a Google, e a Motorola recebe uma licença de propriedade intelectual.

A Motorola sofreu perdas operacionais de mais de US$ 1 bilhão no ano passado, de acordo com os dados compilados pela Bloomberg.

A Lenovo pode mudar o rumo da unidade dentro de quatro a seis trimestres, reiterou Yang ontem. No primeiro ano após a compra, a Lenovo venderá 100 milhões de aparelhos, disse ele.

Tendo em vista a crescente concorrência no setor e os sucessivos prejuízos da Motorola, a integração das duas empresas pode não ser tão rápida e ou fácil como a Lenovo deseja, disse Mawston, da Strategy Analytics.

Incluindo a Motorola, o CEO fechou aquisições anunciadas em janeiro que totalizam US$ 5 bilhões após a finalização da compra da unidade de servidores de baixa gama da International Business Machines, por US$ 2,1 bilhões no dia 1º de outubro.

“Se quisermos gastar mais teremos antes que ganhar mais”, disse Yang. “No curto prazo, devemos nos concentrar na integração”.

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