São Paulo - A Brazilian Finance e Real Estate (BFRE) encerrou o ano passado com lucro líquido de 117 milhões de reais. A cifra é 123% maior que a de 2009. A BFRE é a holding que controla a companhia hipotecária Brazilian Mortgages, Brazilian Securities, de securitização, a Brazilian Capital e a BM Sua Casa, que oferece crédito imobiliário.

No ramo de securitização, as emissões de Certificados de Recebíveis Imobiliários (CRIs) somaram 3,7 bilhões de reais, ou cinco vezes mais que os 730 milhões de reais de 2009. “Conseguimos, no ano passado, o equivalente a tudo o que emitimos em CRIs desde que a empresa foi criada, há oito anos”, disse Daniela Mesquita, diretora financeira da BFRE.

O apetite dos investidores pelos CRIs é estimulado por vários motivos. O primeiro é o aquecimento do mercado imobiliário, que leva à geração de mais recebíveis imobiliários, à medida que mais imóveis são vendidos. O segundo é a própria divulgação do CRI entre os investidores. Por último, mudanças nas regras incentivaram os fundos de investimento imobiliário a compor carteiras com CRIs.

Crédito imobiliário

A BFRE também controla a BM Sua Casa, cujo foco é a concessão de crédito imobiliário para a produção ou aquisição de imóveis. No ano passado, a BM Sua Casa atingiu uma carteira de crédito desembolsado de 629,6 milhões de reais. A quantia é 34% maior que a de 2009.

O maior montante, 468,5 milhões de reais, foi absorvido por pessoas jurídicas. A cifra foi 25% maior que a do período comparado. O maior ritmo de crescimento, porém, ficou para o crédito à pessoa física. Esse mercado cresceu 82% e somou 144 milhões de reais.

Criada em 2007, a BM Sua Casa abriu 28 lojas no ano passado, alcançando uma rede de 47 unidades em 15 estados. A companhia financia até 80% do valor do imóvel, mas os contratos assinados têm ficado, em média, ao redor de 60%. O tíquete médio de cada operação é de 150.000 reais. A linha permite pagamento em até 30 anos, mas os clientes optam por contratos de 15 anos, em média.

“A BM Sua Casa cresceu devido à enorme demanda de crédito e à nossa estratégia de expansão da empresa”, afirmou Daniela. Para 2011, a executiva preferiu não fornecer estimativas de abertura de novas lojas. “Queremos consolidar as lojas abertas, mas é possível que abramos novas unidades”, disse.