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Brasileira Paranapanema vê margem mais alta e queda no custo

A empresa, que perdeu dinheiro nos dois últimos anos, está trabalhando em um plano para dar nova forma às operações e elevar a geração de caixa


	Cobre: a Paranapanema está buscando uma maior eficiência em áreas como logística e mão de obra
 (Giovanni DallOrto/Wikimedia Commons)

Cobre: a Paranapanema está buscando uma maior eficiência em áreas como logística e mão de obra (Giovanni DallOrto/Wikimedia Commons)

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Da Redação

Publicado em 26 de novembro de 2013 às 10h19.

Rio de Janeiro e Nova York - A Paranapanema SA, maior produtora de cobre refinado do Brasil, está se posicionando para um aumento na demanda por meio da redução de custos e do incremento das margens de lucro.

A empresa com sede em Dias D’Ávila, Bahia, que perdeu dinheiro nos dois últimos anos, está trabalhando em um plano para dar nova forma às operações e elevar a geração de caixa, disse Christophe Akli, que assumiu como CEO em 28 de outubro.

A Paranapanema está buscando uma maior eficiência em áreas como logística e mão de obra, enquanto avalia novas oportunidades de projetos, disse o ex-executivo da Louis Dreyfus Commodities BV.

“Nós começamos a trabalhar no redesenho de nossa organização”, disse o francês de 51 anos de idade em uma entrevista no Rio de Janeiro, ontem. A empresa está buscando “a estrutura de balanço apropriada e o financiamento para qualquer projeto que esteja por vir”, disse Akli.

A Paranapanema, que atende mais de 60 por cento da demanda brasileira por cobre refinado, prevê um crescimento de 5,4 por cento no consumo, para 465 mil toneladas, no ano que vem, impulsionado por projetos de infraestrutura, contra estimados 4,8 por cento neste ano, segundo uma apresentação a investidores entregue ontem.

A refinaria registrou perdas líquidas anuais em 2011 e 2012 em meio a um real mais forte, que aumentou a concorrência das importações e paralisações de planta.


Recuperação das ações

As ações da empresa subiram 40 por cento nos últimos 12 meses, a terceira melhor recuperação entre 71 ações no índice Ibovespa Small Cap, segundo dados compilados pela Bloomberg. Desde que atingiu a maior queda em três anos em 24 de junho, o cobre recuperou 8,2 por cento em Nova York.

Apesar de a China, a maior usuária de cobre, se enfrentar a um menor crescimento econômico nos próximos anos, a demanda pelo cobre não está mostrando sinais de enfraquecimento, disse o diretor financeiro Mario Lorencatto durante a mesma entrevista.

“O dragão ainda está com fome de cobre”, disse ele. “O mercado físico ainda está muito forte”.

Os clientes europeus e americanos também estão mostrando sinais de melhora na demanda, disse Lorencatto, acrescentando que a demanda do Brasil se beneficiará com os planos do governo de impulsionar projetos de infraestrutura.

“Se o Brasil estiver realmente falando sério a respeito de crescimento sustentável, terá que investir em infraestrutura”, disse Lorencatto. “E quando isso acontecer, a demanda pelo cobre terá que crescer, já que ele anda de mãos dadas com investimentos em infraestrutura”.


Crescimento econômico

As mudanças na Paranapanema já estão mostrando sinais de progresso. A receita subiu 46 por cento no terceiro trimestre, na comparação anual, para R$ 1,3 bilhão (US$ 568 milhões), o valor mais alto em pelo menos 17 anos, enquanto a margem de lucro bruta dobrou para 11 por cento, segundo dados compilados pela Bloomberg.

A empresa deverá voltar a registrar lucro anual neste ano graças à melhora nas operações, um incremento em produtividade e a expansão da economia brasileira, disse Luiz Caetano, analista de ações da Planner Corretora de Valores, que tem uma recomendação de “compra” para a ação.

A unidade de fundição de cobre da Paranapanema em Dias D’Ávila está avaliada “em algo ao norte de 1 bilhão de dólares”, disse Akli. Isso está acima do valor de mercado da empresa, de US$ 711 milhões.

“Hoje, montar uma fundição demanda montes de dinheiro, tempo e dores de cabeça”, disse ele. “Seria preciso um grande esforço para um recém-chegado colocar tal estrutura no lugar. Um dia, cedo ou tarde, o mercado teria que pagar por isso”.

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