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Abertura de lojas surpreende e tem saldo positivo

Entre aberturas e fechamentos, o saldo foi positivo em 204,4 mil novos pontos de venda e o comércio encerrou o ano com 2,4 milhões de estabelecimentos ativos

Preços ao consumidor nos EUA têm maior alta em 8 anos e meio (Bloomberg / Colaborador/Getty Images)

Preços ao consumidor nos EUA têm maior alta em 8 anos e meio (Bloomberg / Colaborador/Getty Images)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 7 de março de 2022 às 10h21.

O varejo brasileiro voltou ao azul nas inaugurações de lojas em 2021. Entre aberturas e fechamentos, o saldo foi positivo em 204,4 mil novos pontos de venda e o comércio encerrou o ano com 2,4 milhões de estabelecimentos ativos, aponta estudo da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), obtido com exclusividade pelo Estadão. A reação na abertura de lojas ocorreu apesar da deterioração das condições de consumo ao longo do ano, com a escalada dos juros, da inflação e o desemprego em alta.

A CNC mudou a base de dados do levantamento, que anteriormente era feito a partir de informações das empresas de comércio com vínculo empregatício que constavam no Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged). Com as alterações na pesquisa do Caged, o novo estudo passou a usar a base de dados dos CNPJs de empresas comerciais ativas no Ministério da Economia, excluindo os Microempreendedores Individuais (MEIs). Como essa série atual de dados é curta, não é possível fazer comparações com anos anteriores.

Mesmo que as pesquisas de 2020 e 2021 não sejam comparáveis por causa das bases de dados diferentes, o economista-chefe da CNC e responsável pelo estudo, Fabio Bentes, lembra que o levantamento anterior apontou que em 2020, o primeiro ano da pandemia, terminou com saldo de 28,3 mil lojas fechadas.

A virada que houve, de um saldo negativo de 28,3 mil lojas em 2020 para um saldo positivo de 204,4 mil abertas em 2021, não indica que o varejo esteja bombando. “Essa abertura de lojas tem muito do que chamamos de empreendedorismo de necessidade”, diz o economista. São pessoas que perderam o emprego por causa da pandemia, abriram uma pequena loja virtual ou física para tentar obter renda.

Essa também é a avaliação do diretor do Sindicato do Comércio Varejista de São Paulo (Sindilojas), Aldo Macri. Um levantamento feito na capital paulista na Junta Comercial revelou que 6,1 mil pequenas e médias empresas do comércio de artigos de vestuário foram abertas em 2021.

César Guimarães, diretor da MMP, fabricante há 26 anos de materiais pedagógicos de matemática, como ábacos, por exemplo, conta que a empresa abriu uma loja online e ingressou num marketplace. Com a eclosão da pandemia e o fechamento das escolas, que eram clientes tradicionais atendidos por telefone, o faturamento da companhia de pequeno porte foi a zero e a solução foi a abertura da loja online.

Setor de supermercado é campeão de novas lojas

O setor de hipermercados, supermercados e minimercados puxou a fila nas abertura de lojas em 2021, com 54,09 mil pontos de venda e um pouco mais de um quarto do saldo das inaugurações, aponta o estudo da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC) que, a partir de agora, será trimestral.

Na vice-liderança, estão as lojas de eletrodomésticos e utilidades domésticas (38,72 mil), seguidas por lojas de artigos de vestuário, calçados e acessórios, com 28,34 mil novos pontos de venda. A liderança dos setores de supermercados e eletrodomésticos é reflexo do consumo doméstico que ganhou prioridade com o isolamento social.

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