Mundo

Vaticano confirma desculpas a Moscou após declarações do papa

No final de novembro, Francisco enfatizou em uma entrevista que alguns dos combatentes "mais cruéis" da ofensiva russa na Ucrânia "não são de tradição russa"

Papa Francisco (Tony Gentile/Reuters)

Papa Francisco (Tony Gentile/Reuters)

A

AFP

Publicado em 15 de dezembro de 2022 às 15h57.

O Vaticano confirmou nesta quinta-feira (15) que foram apresentadas desculpas à Rússia pelas observações do papa Francisco sobre o suposto comportamento cruel das minorias étnicas russas no conflito na Ucrânia.

"Confirmo que houve contatos diplomáticos a esse respeito", disse o diretor do serviço de imprensa do Vaticano, Matteo Bruni, questionado sobre uma declaração da porta-voz da diplomacia russa, Maria Zakharova, que disse que o Vaticano se desculpou pelas palavras do santo padre.

Quer receber os fatos mais relevantes do Brasil e do mundo direto no seu e-mail toda manhã? Clique aqui e cadastre-se na newsletter gratuita EXAME Desperta.

No final de novembro, Francisco enfatizou em uma entrevista que alguns dos combatentes "mais cruéis" da ofensiva russa na Ucrânia "não são de tradição russa", mas pertencem a minorias como "chechenos ou buriates", em referência aos povos dessas regiões russas.

O Vaticano confirmou nesta quinta-feira (15) que foram apresentadas desculpas a Moscou pelas observações do papa Francisco sobre o suposto comportamento cruel das minorias étnicas russas no conflito na Ucrânia.

Essas palavras causaram reações furiosas na Rússia. "Isso não é mais russofobia, é perversão", escreveu Zakharova no Telegram.

A Rússia foi acusada em setembro de mobilizar desproporcionalmente homens pertencentes a minorias étnicas da Sibéria e do Cáucaso para apoiar sua ofensiva na Ucrânia.

De acordo com os críticos do Kremlin, as minorias concentradas em regiões pobres e remotas da Rússia também têm mais soldados mortos nas linhas de frente na Ucrânia do que russos étnicos.

Mas essas minorias também foram acusadas de terem participado de atrocidades atribuídas por Kiev às forças russas, como o massacre de Bucha.

LEIA TAMBÉM: 

Acompanhe tudo sobre:Papa FranciscoRússiaUcrâniaVaticano

Mais de Mundo

Partido Liberal Democrata do Japão deve perder maioria parlamentar, segundo projeção da "NHK"

Natal, medo e isolamento internacional: a Venezuela três meses após eleições

Nobel da Paz Narges Mohammadi é hospitalizada após semanas sem tratamento médico

'Talvez seja meu último voto', diz Mujica sobre as eleições no Uruguai