Funcionário caminha em Fukushima: companhias elétricas regionais japonesas solicitaram a reativação de 14 reatores nucleares (Toshifumi Kitamura/AFP)
Da Redação
Publicado em 27 de setembro de 2013 às 09h28.
Tóquio - A empresa responsável pela operação da usina nuclear de Fukushima apresentou nesta sexta-feira uma solicitação para uma inspeção de segurança obrigatória em dois reatores de sua central no noroeste do Japão para poder reativá-los.
A Tokyo Electric Power (Tepco) apresentou a documentação necessária para que sejam avaliados os reatores 6 e 7 de sua usina de Kashiwazaki-Kariwa, em Niigata, após ter tentado, durante dois meses, a aprovação das autoridades locais, informou a operadora através de um comunicado.
Esta mesma semana, o presidente da Tepco, Naomi Hirose, se reuniu com o governador de Niigata, Hirohiko Izumida, que deu ontem o sinal verde para que a central retome suas operações.
Com o pedido de hoje da Tepco, as companhias elétricas regionais japonesas solicitaram a reativação de 14 reatores nucleares.
Para que um reator possa ser reativado no país asiático, a Autoridade de Regulação Nuclear do Japão deve garantir, com base nos novos padrões de segurança vigentes desde julho, que as centrais são seguras e podem suportar desastres como o terremoto e tsunami de março de 2011.
Desde o acidente de Fukushima, apenas dois reatores, o 3 e o 4 da usina de Oi (oeste do país), puderam retomar suas operações, graças à escassez energética da segunda região mais povoada do Japão.
No entanto, a usina de Oi está parada desde o dia 15 de setembro, pois os dois reatores foram desativados para serem submetidos às inspeções obrigatórias determinadas pela lei.
Deste modo, o Japão sofre agora o segundo blecaute nuclear desde o desastre de Fukushima.
A Tepco, que sofre com os altos custos gerados pelo desastre nuclear, pretendia reativar suas operações em Kashiwazaki-Kariwa há bastante tempo, para reduzir as importações de combustíveis fósseis para suas centrais térmicas com as quais compensa a ausência de energia nuclear.
A empresa diz que vai economizar entre 200 e 300 bilhões de ienes (entre US$ 2 e 3 bilhões) em hidrocarbonetos, se conseguir reativar os dois reatores.
As duas unidades são reatores avançados de água em ebulição e os mais novos dos sete que existem em Kashiwazaki-Kariwa, a maior usina nuclear do mundo com capacidade para produzir 8,2 milhões de quilowatts.