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"Somos irmãos", diz papa Francisco a líder ortodoxo

Reunião entre as maiores autoridades das religiões católica e ortodoxa é a primeira em quase mil anos

Papa Francisco encontra Cirilo I, líder da igreja ortodoxa russa, em Cuba (Reuters/Adalberto Roque/Pool)

Papa Francisco encontra Cirilo I, líder da igreja ortodoxa russa, em Cuba (Reuters/Adalberto Roque/Pool)

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Da Redação

Publicado em 12 de fevereiro de 2016 às 18h49.

“Finalmente!”, foi a exclamação do papa Francisco ao se encontrar hoje (12) com o líder da Igreja Ortodoxa Russa, o patriarca de Moscou Cirilo I, na primeira reunião na história entre os líderes religiosos.

“Somos irmãos”, disse o Pontífice logo em seguida, em espanhol. Durante a conversa, Cirilo disse que “agora as coisas serão mais fáceis [entre as igrejas]”.Em resposta, o papa afirmou que “está claro que essa é a vontade de Deus”. Os dois líderes estão acompanhados por tradutores.

O inédito encontro começou logo após o desembarque do papa no Aeroporto Internacional José Martí, em Havana, capital de Cuba.

Ao descer do avião da Alitalia que o levou, Francisco foi recebido pelo presidente Raúl Castro, que o acompanhou até o local do encontro com o líder ortodoxo.

Os dois religiosos se cumprimentaram com um afetuoso abraço e beijos na bochecha. A expectativa é que a reunião entre os dois dure mais de duas horas, ao fim das quais eles trocarão presentes, farão um breve discurso para a imprensa e assinarão uma declaração conjunta, já acertada pelos assessores diplomáticos de ambos os lados.

Segundo o secretário de Estado do Vaticano, cardeal Pietro Parolin, a reunião é um “grande sinal de esperança” e um “momento que dá coragem e ânimo para continuar tentando construir mais relações de ponte, encontro e diálogo”.

Em 2016, denominado Ano de Jubileu da Misericórdia, o papa já visitou a Sinagoga de Roma, recebeu convite para ir à Grande Mesquita da capital italiana, anunciou que viajará, em outubro, à Suécia para as celebrações dos 500 anos da Reforma Luterana e se reuniu hoje com Cirilo I.

O encontro acontece em um momento no qual Francisco tem insistido na questão da união entre os cristãos, principalmente por conta das perseguições no Oriente Médio e na África pelo jihadismo islâmico. Após a histórica aparição ao lado do patriarca russo, Francisco seguirá para o México, onde ficará até o dia 18 de fevereiro.

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