A Rússia diz que as delegações foram expulsas e não tem acesso as suas propriedades pessoais (Kevin Lamarque/Reuters)
EFE
Publicado em 17 de agosto de 2018 às 12h25.
Moscou - O Ministério das Relações Exteriores da Rússia enviou nesta sexta-feira uma nota de "firme" protesto contra os Estados Unidos por violar os direitos de suas missões diplomáticas em território americano.
A nota denuncia "as contínuas e graves violações por parte dos EUA das normas do direito internacional em relação às representações diplomáticas e missões consulares da Rússia em território americano".
Essas medidas, "sem precedentes", que afetaram missões russas em Nova York, San Francisco e Seattle, estiveram acompanhadas de incursões não autorizadas em tais edifícios, a "arbitrária" retirada da bandeira e a violação da inviolabilidade de seus arquivos.
A Chancelaria destacou que as consequências de tal situação "não condizem com o marco das relações russo-americanas e afetam os interesses de toda a comunidade internacional".
Por isso, acrescentou o ministério no comunicado, a Rússia se dirigiu ao secretário-geral da ONU, António Guterres, para informá-lo sobre o problema.
O governo russo também denunciou que nas delegações das quais foram expulsos os funcionários russos e suas famílias ainda permanecem suas propriedades pessoais.
Por isso, Moscou está pedindo às autoridades americanas que garantam aos afetados o livre acesso aos edifícios para que possam recuperar os objetos de sua propriedade.
O ministério russo lembrou na nota que, embora tenha adotado medidas de resposta aos EUA, estas não foram "simétricas", já que Moscou não tem a intenção de atentar contra a imunidade das missões diplomáticas norte-americanas.
Contudo, a chancelaria russa advertiu que "se reserva o direito de adotar contramedidas adicionais se os EUA continuarem com suas violações".
Os EUA ordenaram em março o fechamento de várias delegações russas, entre elas o consulado geral em Seattle (Washington), em solidariedade com o Reino Unido pelo caso do envenenamento do espião duplo Sergei Skripal e sua filha em território britânico.
Em represália, Moscou fechou o consulado geral americano em São Petersburgo.