Mundo

Putin afirma que Ucrânia cometeu "selvageria" com a destruição da barragem; Kiev acusa Moscou

Ambos lados trocam acusações sobre incidente, cuja causa e autoria ainda são incógnitas

Putin: O presidente russo teria afirmando ainda que "os poderes em Kiev, com o auxílio de seus curadores ocidentais, estão fazendo uma aposta perigosa na escalada das hostilidades" (AFP/AFP)

Putin: O presidente russo teria afirmando ainda que "os poderes em Kiev, com o auxílio de seus curadores ocidentais, estão fazendo uma aposta perigosa na escalada das hostilidades" (AFP/AFP)

Agência o Globo
Agência o Globo

Agência de notícias

Publicado em 7 de junho de 2023 às 13h15.

O presidente da Rússia, Vladimir Putin, disse nesta quarta-feira, 7, que a destruição da barragem de Kakhovka, em uma parte do sul da Ucrânia ocupada pelos russos, foi uma "selvageria" cometida por Kiev. Ambos lados do conflito trocam acusações sobre a responsabilidade pelo incidente, que deixa impactos ambientais e humanitários ainda desconhecidos e cuja causa também permanece uma incógnita.

"A selvageria destinada a destruir a central hidrelétrica de Kakhovka, na região de Kherson, gerou um desastre ambiental e humanitário de grande escala", disse Putin, segundo um comunicado emitido pelo Kremlin, durante uma conversa por telefone com o presidente da Turquia, Recep Tayyip Erdogan.

O presidente russo teria afirmando ainda que "os poderes em Kiev, com o auxílio de seus curadores ocidentais, estão fazendo uma aposta perigosa na escalada das hostilidades".

Durante a conversa, segundo comunicado emitido por Ancara, Erdogan teria dito para Putin que é necessário haver uma "investigação abrangente" sobre o incidente. De acordo com o turco, que adota uma posição de neutralidade e se postula como um possível mediador do conflito, é necessário "não haver margem para suspeitas".

Comissão da ONU para investigar causa da destruição

De acordo com os turcos, Erdogan sugeriu a criação de uma comissão com representantes da Organização das Nações Unidas, além de especialistas russos e ucranianos. Não está claro qual foi a resposta de Putin à sugestão, que o mandatário recém-reeleito já havia feito em um ligação paralela para o líder ucraniano, Volodymyr Zelensky, também nesta quarta-feira.

No poder desde 2023, o presidente acusado de erodir o Estado de Direito na Turquia ocupa uma posição única na disputa. Erdogan está à frente do segundo maior Exército da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan), a aliança militar encabeçada pelos americanos, mas tem um bom relacionamento com Putin e aumentou as relações comerciais com Moscou após a invasão.

Foi Ancara que mediou, ao lado da ONU, o acordo que permitiu a exportação de grãos pelo Mar Negro, liberando três portos ucranianos e milhões de toneladas armazenadas em silos e aguardando transporte. O pacto é frágil, mas solucionou um impasse que fez o preço das commodities dispararem no ano passado, aumentando a insegurança alimentar pelo planeta. Rússia e Ucrânia estão entre os maiores exportadores de alimentos e respondem por 30% do comércio global de trigo.

Acompanhe tudo sobre:Vladimir PutinRússiaUcrânia

Mais de Mundo

Por que as inundações na Espanha deixaram tantos mortos?

Autoridades venezuelanas intensificam provocações ao governo Lula após veto no Brics

Projeto de energias renováveis no Deserto de Taclamacã recebe aporte bilionário da China

Claudia Sheinbaum confirma participação na Cúpula do G20 no Rio de Janeiro