Kiev - O primeiro-ministro ucraniano, Arseni Yatseniuk, qualificou o plano de paz para a Ucrânia apresentado nesta quarta-feira pelo presidente russo, Vladimir Putin, como um "tentativa de enganar a comunidade internacional" para evitar as novas sanções do Ocidente contra Moscou.
"Esse plano é uma tentativa de enganar a comunidade internacional às vésperas da cúpula da Otan e uma tentativa de evitar as inevitáveis decisões da União Europeia sobre uma nova onda de sanções contra a Rússia", disse Yatseniuk, citado pelo departamento de Informação e Relações Públicas de seu governo.
O chefe do Executivo ucraniano assegurou que "todos os acordos anteriores com a Rússia -alcançados em Genebra, Normandia, Berlim e Minsk- foram ignorados ou simplesmente violados pelo regime russo", que é acusado por Kiev de apoiar com tropas e armamento os separatistas pró-Rússia do leste.
Para Yatseniuk, o melhor plano de paz para o leste da Ucrânia deveria conter um só ponto: a retirada das tropas russas e das milícias separatistas das duas regiões rebeldes, Donetsk e Lugansk.
Após acusar a Rússia de querer "eliminar a Ucrânia e restabelecer a URSS", o primeiro-ministro acrescentou que seu país "espera decisões da Otan e da UE para parar o agressor".
No entanto, o presidente ucraniano, Petro Poroshenko, cuja administração anunciou hoje um acordo para alcançar um "regime de cessar-fogo", manifestou que espera "passos reais para o estabelecimento da paz" nas consultas do Grupo de Contato para a Ucrânia que serão realizadas em Minsk na próxima sexta-feira.
A presidência ucraniana anunciou "um acordo sobre um cessar-fogo permanente" como resultado de uma conversa telefônica entre Putin e Poroshenko, embora mais tarde precisou em outra nota que se trata de "um regime de cessar-fogo".
O porta-voz do Kremlin, Dmitri Peskov, desmentiu que o acordo anunciado por Kiev fora alcançado entre os dois líderes, com o argumento de que "a Rússia não pode concordar com o cessar-fogo porque não é parte no conflito" armado.
O plano de Putin pede aos dois grupos que coloquem fim a qualquer ação ofensiva no território das regiões de Donetsk e Lugansk e assinala que as tropas ucranianas devem se retirar das imediações de todos as cidades a uma distância que impeça sua canhonada com artilharia.
A questão contempla também o controle internacional do cessar-fogo, a troca de detidos e prisioneiros mediante a fórmula de "todos por todos", a abertura de corredores para os refugiados e a ajuda humanitária, a proibição de bombardeios aéreos e o envio de especialistas para a reparação das infraestruturas.
O presidente russo anunciou seu plano, elaborado segundo ele durante seu voo à capital da Mongólia, às vésperas da União Europeia aprovar uma nova rodada de sanções contra a Rússia por sua crescente intervenção na crise da Ucrânia.
A Ucrânia também atravessa momentos delicados em sua operação militar contra os separatistas devido à bem-sucedida contra-ofensiva das milícias, que em pouco mais de uma semana recuperaram dezenas de localidades controladas pelas forças de Kiev e abriram uma terceira frente no sul da região de Donetsk.
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1. Velas e armas
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1/13 (Graham Denholm / Getty Images)
São Paulo – Na quinta-feira, o voo MH17 da Malaysian Airlines, que ia de Amsterdã para Kuala Lumpur, foi derrubado enquanto sobrevoava o céu do leste da Ucrânia. Desde então, o governo central ucraniano e a Rússia trocam acusações sobre quem foi responsável pelo míssil que atingiu o avião. Veja, a seguir, as fotos do desenrolar do conflito desde a queda do avião até este domingo.
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2. Pelo chão
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2/13 (Getty Images)
As bagagens e pertences pessoais das vítimas que estavam a bordo do Malaysia Airlines voo MH17 estão espalhadas por Grabovo, na Ucrânia. Segundo relatos de correspondentes internacionais, os destroços do avião estão espalhados a até 15 km do ponto central onde está a maior parte da fuselagem.
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3. Memória saqueada
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3/13 (Maxim Zmeyev/Reuters)
Dinheiro, joias, objetos pessoais e até cartões de créditos das 298 vítimas do voo MH17 da Malaysia Airlines, abatido por um míssil na Ucrânia, na sexta-feira, estão sendo saqueados. Militantes separatistas admitem que removeram objetos, além das caixas-pretas, do local do acidente.
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4. Sem destino
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4/13 (Brendan Hoffman / Getty Images)
Hoje, um vagão de trem refrigerado com parte dos corpos dos passageiros de Malaysia Airlines vôo MH17 aguarda na estação de trem para o transporte ruma a um destino ainda desconhecido. O vôo MH17 da Malaysia Airlines viajava de Amsterdã para Kuala Lumpur quando caiu matando todos os 298 a bordo, incluindo 80 crianças.
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5. Caixa-preta
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5/13 (Getty Images)
O governo da Ucrânia disse neste domingo que interceptou conversas telefônicas entre os rebeldes pró-russos e os militares russos. Os
rebeldes admitiram hoje podem estar com a caixa-preta e prometeram entregar caixas pretas do voo malaio à Organização da Aviação Civil Internacional.
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6. Represália Europeia
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6/13 (Maxim Zmeyev/Reuters)
De
acordo com o WSJ, os líderes europeus ameaçaram impor sanções mais duras contra a Rússia, em decorrência da queda do voo MH17, sem deixar ainda claro o que pode acontecer em represália. Os chanceleres da União Europeia se reunirão em Bruxelas nesta terça-feira para decidir o que fazer, mas há uma grande chance que ativos na Europa construídos por empresários russos, bem como as de empresas originárias do país, possam ser congelados.
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7. Maioria holandesa
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7/13 (Graham Denholm / Getty Images)
A maioria das 298 pessoas a bordo do voo MH 17 era de nacionalidade holandesa. Entre as vítimas havia 154 passageiros holandeses, 27 australianos, 23 malaios, onze indonésios, seis britânicos, quatro alemães, quatro belgas, três filipinos e um canadense no voo. "As famílias querem enterrar seus parentes", declarou ministro do Exterior holandês, Frans Timmermans. Um grupo de 15 especialistas holandeses foi enviado ao local da tragédia para identificar os corpos.
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8. Domingo de homenagem
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8/13 (Christopher Furlong / Getty Images)
Velas em memória das vítimas foram acesas durante uma missa especial na Igreja de Saint Vitus em Hilversum, Holanda, nesta manhã. Três famílias da cidade morreram no acidente. Por todo o país o domingo foi marcado por homenagens às vitimas da tragédia, lembradas em cultos, eventos esportivos e oficiais e no aeroporto Schiphol de Amsterdã, de onde o avião partiu na última quinta-feira.
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9. Em busca da cura
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9/13 (Graham Denholm / Getty Images)
Um participante da 20ª Conferência Internacional de AIDS que acontece hoje em Melbourne, Austrália, amarra uma fita vermelha em homenagem daqueles que perderam suas vidas no voo MH17. Pelo menos seis enviados estavam no avião rumo ao encontro dos maiores especialistas em busca da cura para a doença.
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10. EUA diz que sabe
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Os
Estados Unidos detectaram o lançamento de um míssil antiaéreo e observou sua trajetória na quinta-feira passada, quando o avião da Malaysia Airlines caiu, supostamente atingido, no leste da Ucrânia, afirmou neste domingo o secretário de Estado, John Kerry. O presidente Barack Obama já hava dito que tudo apontava para que o avião tivesse atingido por rebeldes pró-russos. 'Sabemos, com certeza, que durante o último mês houve um fluxo de armamento, um comboio de uns 150 veículos incluídos transporte de pessoal, lança mísseis, artilharia, da Rússia para o leste da Ucrânia', disse ele.
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11. Artigo editado
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11/13 (Getty Images)
O imbróglio da Ucrânia e Russia chegou à web. Primeiro, um computador de Kiev, capital da Ucrânia,
editou o artigo em russo para "acidentes de aviação comercial" colocando a culpa da queda em "terroristas da auto-proclamada República Popular de Donetsk com mísseis de sistema Buk, que os terroristas receberam da Federação Russa". Menos de uma hora depois, alguém com um endereço de IP russo mudou o texto para "o avião foi abatido por soldados ucranianos".
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12. Duas tragédias no ano
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12/13 (Maxim Zmeyev/Reuters)
Depois de ter um avião desaparecido nos ares em março, nesta quinta-feira, o Boeing 777 da companhia Malaysia Airlines com 295 passageiros a bordo caiu na região de Donetsk, no leste da Ucrânia, sem deixar sobreviventes. A
companhia já apresentava uma operação deficitária antes disso, suportada por verbas governamentais e que degringolava cada vez mais pela imagem afetada com a tragédia. Agora deve ter de enfrentar processos movidos por pessoas de vários países.
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13. Agora, veja quais são os exércitos mais poderosos
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13/13 (Bradley Rhen / US Army / Wikimedia Commons)