Santiago Peña, presidente do Paraguai (Paolo Blocco/Getty Images)
Agência de Notícias
Publicado em 8 de julho de 2024 às 16h31.
Última atualização em 8 de julho de 2024 às 16h36.
O presidente do Paraguai, Santiago Peña, disse nesta segunda-feira que apoia a negociação de um acordo comercial entre o Mercosul e a China, desde que seja em bloco e não sacrifique a relação histórica de seu país com Taiwan.
"Acreditamos que essa tem de ser uma negociação em nível de bloco, não em nível de país", disse Peña a jornalistas, quando perguntado sobre a possibilidade de o grupo formado por Brasil, Argentina, Uruguai, Paraguai e Bolívia buscar um acordo com o gigante asiático.
"Não estamos fechados à negociação como bloco, mas obviamente não estamos dispostos a abrir mão de nossa relação de mais de 66 anos com Taiwan", acrescentou o mandatário, em sua chegada ao edifício do Porto de Assunção, que está sediando a 64ª Cúpula de Chefes de Estado do Mercosul.
O Paraguai é o único país da América do Sul que tem laços oficiais com Taiwan e um dos 12 Estados que mantêm apoio diplomático ao governo de Taipé.
O Uruguai, que assumirá a presidência rotativa do Mercosul na segunda-feira, iniciou negociações com a China no ano passado sobre a possibilidade de assinar um Tratado de Livre-Comércio, apesar do fato de que esse mecanismo não permite que seus membros negociem fora do bloco.
O presidente uruguaio, Luis Lacalle Pou, manifestou interesse em que o Mercosul seja "mais flexível" e "se abra para o mundo" a fim de encontrar novos parceiros comerciais.
O Brasil não se opõe a uma reaproximação com o governo de Pequim, mas enfatizou que deveria ser como um bloco.