Refugiados: o Papa argentino, preocupado com a crise humanitária na Europa pediu que os países europeus abram suas portas, algo que a Polônia se nega a fazer (Gabriel Bouys / Reuters)
Da Redação
Publicado em 13 de maio de 2016 às 14h38.
O papa Francisco defendeu os refugiados ao receber nesta sexta-feira a primeira-ministra da Polônia, a ultraconservadora Beata Szydlo.
"Foram discutidos temas de interesse comum, a saber, a promoção da família no contexto sócio-cultural atual e a recepção dos refugiados", informou em um comunicado o Vaticano.
Szydlo, entrevistada pela televisão pública polonesa, não parece ter levado em conta o pedido papal em relação aos refugiados e preferiu destacar a parte da conversa dedicada à família.
"Falamos das famílias na Polônia, da Polônia", disse.
Vestida de preto, a líder polonesa conversou com o pontífice sobre a viagem dele à Cracóvia, programada para o fim de julho, por ocasião da Jornada Mundial da Juventude.
O Papa argentino, preocupado com a crise humanitária na Europa diante da chegada de milhares de refugiados que fogem da fome e da guerra na África e no Oriente Médio, em muitas ocasiões pediu que os países europeus abram suas portas, algo que a Polônia se nega a fazer.
Os poloneses, em sua grande maioria católicos, resistem a receber migrantes, divididos entre o medo dos muçulmanos e o impacto econômico.
A defesa da família é, por sua vez, um tema no qual o governo da Polônia e a Igreja local estão totalmente de acordo.
Szydlo defende a proposta de lei para proibir totalmente o aborto, apoiada pelos bispos poloneses e pelos conservadores do partido Direito e Justiça (PiS), no poder.
Durante sua estadia na Polônia, Francisco também visitará no dia 29 de julho o ex-campo de concentração Auschwitz-Birkenau, no sul da Polônia.