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Mortalidade infantil cai a mínimo histórico mas progresso é lento, adverte ONU

A nova estimativa representa uma queda de 51% desde o ano 2000 e de 62% desde 1990, embora esses números estejam sujeitos a uma certa margem de erro

Mais de 162 milhões de crianças com menos de 5 anos morreram desde 2000, 72 milhões delas no primeiro mês de vida (Amélie BOTTOLLIER-DEPOIS/AFP Photo)

Mais de 162 milhões de crianças com menos de 5 anos morreram desde 2000, 72 milhões delas no primeiro mês de vida (Amélie BOTTOLLIER-DEPOIS/AFP Photo)

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Agência de notícias

Publicado em 13 de março de 2024 às 08h04.

A mortalidade infantil caiu a um mínimo histórico em 2022, situando-se abaixo de 5 milhões de vítimas, mas esse progresso está longe de ser suficiente, alerta a ONU em um relatório divulgado nesta terça-feira, 12.

"Há algumas notícias boas, e a mais importante é que atingimos um mínimo histórico na mortalidade de menores de 5 anos, que caiu abaixo de 5 milhões pela primeira vez, para 4,9 milhões", destacou Helga Fogstad, diretora de saúde do Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef), responsável pelo relatório, em colaboração com a Organização Mundial da Saúde (OMS) e o Banco Mundial.

A nova estimativa representa uma queda de 51% desde o ano 2000 e de 62% desde 1990, embora esses números estejam sujeitos a uma certa margem de erro.

Avanço em países da África a Ásia

Os avanços foram especialmente notáveis em países em desenvolvimento como Malauí, Ruanda, República Democrática do Congo, Camboja e Mongólia, onde a mortalidade infantil caiu mais de 75% desde o ano 2000.

"Por trás destes números estão as histórias de parteiras e profissionais de saúde qualificados que ajudam as mães a dar à luz com segurança, que vacinam e protegem as crianças de doenças fatais" ou que entram nos lares para garantir que elas estejam saudáveis e bem alimentadas, explicou a chefe do Unicef, Catherine Russell.

"Mas se trata de um êxito precário. Os avanços correm o risco de estagnar ou até mesmo de retroceder se não forem feitos esforços para neutralizar as numerosas ameaças à saúde e sobrevivência de recém-nascidos e crianças", alerta o relatório.

Sinais preocupantes já existem. Em escala global e em determinadas regiões, principalmente na África Subsariana, o progresso desacelerou: entre 2000 e 2015, o declínio da mortalidade infantil mundial foi duas vezes mais rápido do que no período 2015-2022.

Local de nascimento

Mais de 162 milhões de crianças com menos de 5 anos morreram desde 2000, 72 milhões delas no primeiro mês de vida. As complicações relacionadas com o nascimento (bebês prematuros, asfixia, anomalias congênitas, etc.) continuam sendo uma das principais causas de mortalidade infantil, com 2,3 milhões de mortes no primeiro mês de vida até 2022.

Entre 1 mês e 5 anos, as infecções respiratórias, a malária e a diarreia são as principais causas de mortalidade.

Todas essas mortes são prematuras e evitáveis, ressalta o relatório. Mas sem um investimento urgente em saúde infantil, 59 países deixarão de cumprir o objetivo da ONU de redução da mortalidade infantil para 25 mortes a cada 1.000 nascimentos em 2030, e 64 não cumprirão a meta para mortes no primeiro mês de vida (12 a cada 1.000).

"Se a tendência atual se mantiver, 35 milhões de crianças morrerão antes de completar 5 anos até 2030", adverte o relatório.

Os avanços também mascaram grandes disparidades em todo o mundo: mais de metade das crianças com menos de 5 anos que morreram em 2022 viviam na África Subsariana.

Uma criança nascida em um dos países que têm a taxa de mortalidade infantil mais elevada (Chade, Níger, Nigéria, Serra Leoa e Somália, com mais de 100 mortes antes dos 5 anos a cada 1.000 nascimentos) tem 80 vezes mais chances de morrer antes dessa idade do que uma criança nascida em um dos países com a melhor situação (Estônia, Finlândia, Japão, Noruega, Singapura, San Marino, Eslovênia e Suécia, com menos de 2,5 a cada 1.000).

"O local onde uma criança nasce não deveria determinar se ela viverá ou morrerá", ressalta o diretor da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus. "É essencial melhorar o acesso a serviços de saúde de qualidade para todas as mulheres e crianças, inclusive em situações de emergência e em locais remotos."

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