Mauricio Macri: ele assumiu em 2015 depois de uma apertada eleição contra o candidato oficialista Daniel Scioli (Elza Fiuza/ Agência Brasil/Fotos Públicas)
Da Redação
Publicado em 15 de maio de 2016 às 12h50.
O presidente da Argentina, Mauricio Macri, denunciou o "abandono" e as "travas" do Estado às pequenas e médias empresas em seu país, e defendeu as primeiras medidas de seu governo, em uma carta aberta publicada na imprensa neste domingo.
"Viemos de tempos difíceis, nos quais a inflação se tornou um flagelo incontrolável, a criação de empregos de qualidade foi freada e faltou um Estado presente, que planejasse o futuro e acompanhasse os que queriam crescer. Por isto hoje, nesta etapa de transição, estamos prestando especial atenção a todas essas pessoas e a esses setores produtivos que mais sofreram esta etapa de abandono", disse o chefe de Estado em sua carta publicada no jornal El Liberal de Santiago del Estero (nordeste).
A Argentina registra 40,5% de inflação acumulada em 12 meses em abril, segundo um dos índices de referência que o governo utiliza à espera de um indicador nacional que está sob processo de revisão metodológica.
Macri adotou várias medidas polêmicas no início de sua gestão, que desarticularam alguns dispositivos dos governos de Néstor e Cristina Kirchner (2003-2015).
Em particular, liberou o mercado cambial, que durante anos funcionou com um dólar oficial e um dólar paralelo, suspendeu medidas comerciais rejeitadas pelos exportadores e eliminou retenções fiscais da produção agropecuária.
Macri se referiu em sua carta, especificamente, às pequenas e medias empresas que, segundo disse, "representam 71% dos empregados do setor privado" na Argentina.
"Esta grande força de trabalho que impulsiona o país também vem de um momento difícil, durante o qual foi sobrecarregada com impostos excessivos e travas que lhe impedia de ampliar sua produção. Estes tipos de medidas não faziam outra coisa a não ser asfixiar a criatividade", defendeu em uma clara crítica a seus predecessores.
Macri assumiu em 2015, depois de uma apertada eleição contra o candidato oficialista Daniel Scioli.
Desde a campanha eleitoral este empresário havia se mostrado partidário de fomentar a abertura econômica e havia declarado que buscaria impulsionar o desenvolvimento do setor produtivo empresarial.