Panamá: país realizou eleição presidencial no domingo, 5 (María Isabel Sánchez e Juan José Rodríguez/AFP)
Agência de notícias
Publicado em 6 de maio de 2024 às 07h17.
Mulino, de 64 anos e sucessor do ex-presidente Ricardo Martinelli, disse ter recebido o resultado com “responsabilidade e humildade”, em telefonema em que o presidente da Justiça Eleitoral o proclamou vencedor.
“Congratulo-me com os resultados expressos, que são a vontade majoritária do povo panamenho na nossa democracia”, disse Mulino num hotel da capital, entre a alegria dos seus seguidores.
Minutos antes, o ex-cônsul Ricardo Lombana, também advogado, de centro-direita, que ficou em segundo lugar, reconheceu sua derrota. “Reconheço a sua vitória e desejo-lhe o maior sucesso (…) Somos a primeira força de oposição”, disse ele.
A eleição foi realizada num momento em que o Panamá sofre com corrupção profundamente enraizada, uma seca que reduziu o trânsito de navios pelo canal, motor de sua economia, e uma onda de migrantes atravessando a perigosa selva de Darién em seu caminho para os Estados Unidos.
Após a votação, Mulino, que foi ministro da Segurança no governo Martinelli (2009-2014), visitou seu padrinho político na embaixada da Nicarágua, onde obteve asilo desde fevereiro para evitar a prisão.
A candidatura de Mulino foi referendada pelo Supremo Tribunal de Justiça há apenas dois dias, por ter sido contestada por não ter passado pelas primárias ou por não ter um vice-presidente na folha de pagamento.
A eleição presidencial é decidida em turno único e por maioria simples. Num dia com uma participação superior a 76%, os panamenhos elegeram além do presidente, para os próximos cinco anos, 71 deputados e governos locais.
Embora o cansaço com a corrupção seja palpável nas ruas do país, o ex-presidente Martinelli, também acusado de espionagem telefônica e suborno pela construtora brasileira Odebrecht, ainda goza de popularidade.