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Itamaraty diz que tom da Venezuela é 'ofensivo' e traz 'ataques pessoais'

Esta é a primeira resposta oficial do governo brasileiro ao tom ofensivo de autoridades venezuelanas

Itamaraty reage ao tom ofensivo adotado pela Venezuela em relação ao Brasil (Juan BARRETO e MAURO PIMENTEL /AFP)

Itamaraty reage ao tom ofensivo adotado pela Venezuela em relação ao Brasil (Juan BARRETO e MAURO PIMENTEL /AFP)

Agência o Globo
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Publicado em 1 de novembro de 2024 às 16h20.

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O Ministério das Relações Exteriores do Brasil afirmou nesta sexta-feira, 1º, que o tom adotado pela Venezuela em relação ao Brasil é "ofensivo" e traz "ataques pessoais". Esta é a primeira manifestação oficial do governo brasileiro sobre as recentes declarações de autoridades venezuelanas que direcionaram ataques ao Brasil e ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

Resposta do Itamaraty aos Ataques

"O governo brasileiro constata com surpresa o tom ofensivo adotado por manifestações de autoridades venezuelanas em relação ao Brasil e aos seus símbolos nacionais. A opção por ataques pessoais e escaladas retóricas, em substituição aos canais políticos e diplomáticos, não corresponde à forma respeitosa com que o governo brasileiro trata a Venezuela e o seu povo", declara o comunicado do Itamaraty.

Na última quinta-feira, a Polícia Nacional da Venezuela publicou no Instagram uma imagem com a bandeira brasileira e a silhueta de Lula com o rosto borrado, acompanhada da legenda: "Quem se mete com a Venezuela se dá mal". Esse ato intensificou a tensão diplomática entre os dois países.

Autoridades venezuelanas intensificam provocações ao governo Lula após veto no Brics

Motivo do desgaste nas Relações

A relação entre Brasil e Venezuela começou a se desgastar após as eleições presidenciais venezuelanas, em 28 de julho. O Brasil não reconheceu o resultado divulgado pelo Conselho Nacional Eleitoral (CNE), que declarou o presidente Nicolás Maduro reeleito, e solicitou a divulgação das atas eleitorais para validar o processo.

Os ataques de Maduro ao Itamaraty e a membros do governo brasileiro se intensificaram após a reunião do Brics na Rússia, na semana passada, em que o Brasil vetou a entrada da Venezuela no grupo. Entre os episódios mais recentes, o Ministério das Relações Exteriores da Venezuela divulgou uma nota chamando o assessor da Presidência da República para assuntos internacionais, Celso Amorim, de "mensageiro do imperialismo norte-americano" e acusando-o de "emitir juízos de valor sobre processos que são responsabilidade exclusiva dos venezuelanos". Na sequência, o embaixador do Brasil na Venezuela foi convocado para dar explicações.

Posicionamento brasileiro pela diplomacia e não-intervenção

"O Brasil sempre teve muito apreço ao princípio da não-intervenção e respeita plenamente a soberania de cada país e em especial a de seus vizinhos", afirma o Itamaraty. A nota reforça que o interesse brasileiro no processo eleitoral da Venezuela deriva, entre outros fatores, da posição do Brasil como testemunha dos Acordos de Barbados, para o qual foi convidado, e do convite para acompanhar o pleito venezuelano de 28 de julho.

O comunicado do governo brasileiro finaliza reafirmando que o Brasil "segue convicto de que parcerias devem ser baseadas no diálogo franco, no respeito às diferenças e no entendimento mútuo".

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