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Israel rejeita proposta de cessar-fogo com Hezbollah e intensifica ofensiva no Líbano

Ministro das Relações Exteriores de Israel afirma que combate continuará até que os residentes do norte possam retornar para casa com segurança

Além de negar o cessar-fogo, Israel intensificou os ataques ao sul do Líbano na manhã desta quinta-feira, 26. (AFP)

Além de negar o cessar-fogo, Israel intensificou os ataques ao sul do Líbano na manhã desta quinta-feira, 26. (AFP)

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Fernando Olivieri
Fernando Olivieri

Redator na Exame

Publicado em 26 de setembro de 2024 às 07h18.

Última atualização em 26 de setembro de 2024 às 07h53.

O ministro das Relações Exteriores israelense, Israel Katz, anunciou nesta quinta-feira, 26, a rejeição à proposta de cessar-fogo com o Hezbollah, após Estados Unidos, França e outros aliados sugerirem uma trégua de 21 dias. A medida visa aliviar as tensões na fronteira entre Israel e Líbano, onde os combates se intensificaram nas últimas semanas, causando temores de uma invasão terrestre. Katz afirmou que Israel continuará a combater o Hezbollah até alcançar a vitória e garantir o retorno seguro dos moradores do norte do país às suas casas. As informações são da Reuters.

A negativa israelense frustrou as esperanças do primeiro-ministro libanês, Najib Mikati, que havia expressado otimismo em relação à possibilidade de um cessar-fogo iminente. O apelo internacional por uma pausa nos confrontos foi reforçado por discussões intensas na ONU na quarta-feira, 25, onde, além da trégua no Líbano, foi sugerido um cessar-fogo também na Faixa de Gaza.

Escalada do conflito

O primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, ainda não se manifestou oficialmente sobre a proposta de cessar-fogo, pois estava a caminho de Nova York para discursar na Assembleia Geral das Nações Unidas. No entanto, ele já instruiu as Forças de Defesa de Israel (IDF) a continuarem as operações militares contra o Hezbollah. Integrantes da ala mais linha-dura do governo israelense defendem a rejeição da trégua, pedindo a intensificação dos ataques à organização libanesa.

Na manhã de quinta-feira, o exército israelense informou ter atacado dezenas de alvos do Hezbollah no Líbano, incluindo depósitos de armas, edifícios militares e militantes da organização. Além disso, cerca de 45 projéteis foram lançados a partir do Líbano em direção à região da Galileia Ocidental, dos quais alguns foram interceptados e outros caíram em áreas desabitadas, segundo o exército israelense.

Netanyahu reiterou seu compromisso em garantir que os milhares de israelenses evacuados das áreas próximas à fronteira norte possam retornar para suas casas em segurança. O ministro das Finanças de Israel, Bezalel Smotrich, um dos líderes da coalizão governista, afirmou que o Hezbollah deve ser derrotado e que apenas sua rendição permitiria o retorno dos civis evacuados.

Posição libanesa

Enquanto isso, o primeiro-ministro libanês, Najib Mikati, recebeu positivamente o pedido internacional por uma trégua, mas ressaltou que a chave para a implementação de um cessar-fogo está no compromisso de Israel em cumprir as resoluções internacionais. Ele destacou que, apesar das movimentações de tropas israelenses em direção ao Líbano, a esperança por um acordo ainda existe. "Esperamos que sim", respondeu Mikati ao ser questionado pela agência Reuters sobre a possibilidade de uma trégua ser alcançada em breve.

A administração interina de Mikati inclui ministros indicados pelo Hezbollah, considerado por muitos como a força política mais influente no Líbano. O envolvimento direto do grupo nas ações militares na fronteira com Israel aumenta a complexidade de qualquer tentativa de cessar-fogo, já que o Hezbollah é um ator central tanto no cenário político libanês quanto nas tensões militares com Israel.

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