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Irã permanece sem dar explicações sobre programa nuclear

O país continua sem oferecer novos dados ou explicações para esclarecer se programa atômico tem ou não objetivos militares, segundo a AIEA


	Prédio do reator de uma usina nuclear no sul do Irã
 (Majid Asgaripour/AFP)

Prédio do reator de uma usina nuclear no sul do Irã (Majid Asgaripour/AFP)

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Da Redação

Publicado em 7 de novembro de 2014 às 13h27.

Viena - O Irã continua sem oferecer novos dados ou explicações que ajudem a esclarecer se seu programa atômico, investigado há mais de uma década, tem ou não alvos militares, informou nesta sexta-feira em Viena a Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA).

Em um relatório restrito, a agência nuclear da Organização das Nações Unidas (ONU) assinala que o governo iraniano ainda não aplicou duas das medidas aprovadas em maio nem propôs nenhuma nova, dentro do marco de trabalho aprovado há, atualmente, um ano para tentar esclarecer as dúvidas sobre os esforços atômicos do Irã.

"Basicamente, não há progresso" na pesquisa, disse hoje à imprensa uma fonte diplomática conhecedora do expediente iraniano.

O relatório, realizado pelo diretor-geral da AIEA, Yukiya Amano, reconhece que, devido à falta de cooperação, ainda não é possível concluir se o Irã pretende ou não desenvolver uma arma atômica.

"O Organismo não está em posição de dar garantias críveis sobre a ausência de material e atividades nucleares não declaradas e, portanto, de concluir que todo o material nuclear no Irã é para atividades pacíficas", afirma o documento.

A AIEA e o Irã lançaram há um ano um acordo de cooperação para acabar com anos de falta de contato com um plano que prevê ir aplicando periodicamente medidas para esclarecer as várias dúvidas sobre o programa atômico iraniano. Do pacote de medidas de maio, ainda ficam dois por aplicar, uma delas muito delicada já que trata sobre o uso de explosivos aplicados a uma arma atômica.

A AIEA convidou o Irã a abrir outro capítulo, com novas medidas, nesse marco de cooperação, sem que tenha obtido resposta até o momento.

Fontes ligadas à investigação do programa atômico iraniano informaram hoje que, apesar de ainda não ter chegado ao objetivo de poder dizer que o Irã não procura armas atômicas, os 12 meses de contatos não podem se considerados como perdidos, levando em conta a falta de comunicação anterior.

No relatório se confirma que o Irã continua enriquecendo urânio, mas sem ultrapassar a concentração de 5%. Ao mesmo tempo, se desfez de suas reservas desse combustível a 20%, uma pureza a partir das quais é mais fácil o salto técnico para fabricar uma bomba atômica.

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