Reator no Irã: acordo tem como prazo máximo de cumprimento o dia 25 de agosto (Atta Kenare/AFP)
Da Redação
Publicado em 21 de maio de 2014 às 14h01.
Viena - O Irã e a Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) acertaram cinco novas medidas de cooperação para resolver as dúvidas sobre a natureza do programa nuclear da República Islâmica.
O acordo, fechado ontem em Teerã e anunciado hoje pela agência nuclear da ONU, tem como prazo máximo de cumprimento o dia 25 de agosto.
O primeiro ponto do acordo é informar sobre as alegações do uso a grande escala de experimentos com explosivos de alta potência, um dos aspectos mais sensíveis da investigação da AIEA sobre o Irã.
Vários serviços de inteligência fizeram chegar à AIEA em 2011 informação sobre esses supostos experimentos com potentes explosivos, necessários para desencadear a reação em cadeia de uma explosão nuclear.
Em virtude de um acordo de novembro do ano passado, em fevereiro a AIEA pactuou com o Irã alguns primeiros sete passos práticos que deviam ser dados antes do passado 15 de maio, e nos quais aconteceu um "bom progresso", segundo afirmou hoje a AIEA.
Esta cooperação é destinada a ampliar a transparência do programa nuclear iraniano, a fim de acalmar a inquietação que gera na comunidade internacional, que teme que haja uma finalidade militar, algo que Teerã negou repetidamente.
A resposta do Irã à AIEA sobre os experimentos com explosivos de alta potência é considerada uma prova de fogo sobre a disposição de Teerã a esclarecer o que a AIEA define como as possíveis dimensões militares do programa nuclear iraniano.
Os restos das medidas incluem a troca de informação técnica sobre diversos aspectos do programa atômico iraniano, especialmente sobre a construção e desenvolvimento das centrífugas necessárias para purificar urânio.
O domínio técnico do enriquecimento de urânio por meio do uso dessas centrífugas é necessário para fabricar bombas atômicas, segundo costumam lembrar os críticos com o programa iraniano.
O quinto ponto inclui concluir a proposta por volta das salvaguardas para o reator de água pesada que está sendo construído em Arak, e que uma vez operacional gerará plutônio, um material de duplo uso, civil e militar.
Este acordo com a AIEA acontece em paralelo às negociações com o denominado G5+1 (EUA, Rússia, China, França, Reino Unido e Alemanha), que pretendem conseguir uma regra definitiva para encerrar um litígio nuclear com o Irã que já dura uma década.