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Hamas liberta 20 reféns após atraso de seis horas e acusações de que Israel não 'cumpriu acordo'

Entrave se deu por alegações de que a entrada de caminhões de ajuda no Norte de Gaza não foi permitida por Israel, além dos critérios de seleção para a libertação dos prisioneiros palestinos

Idosa refém libertada pelo Hamas no final de outubro. (AFP/AFP)

Idosa refém libertada pelo Hamas no final de outubro. (AFP/AFP)

Agência o Globo
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Agência de notícias

Publicado em 25 de novembro de 2023 às 18h32.

Após mais de seis horas de atraso, 13 israelenses, sendo oito crianças e cinco mulheres, e sete estrangeiros, cujas nacionalidades não foram divulgadas, foram libertadas pelo Hamas neste sábado, como parte do cessar-fogo entre Israel e grupo terrorista palestino.

A libertação do segundo grupo de reféns ocorreu após mediação do Catar, depois que o Hamas acusou Israel de "não cumprir os termos do acordo de trégua", em vigor desde sexta-feira.

O Hamas também divulgou a lista de 39 prisioneiros que serão libertados em troca: serão seis mulheres e 33 menores de idade.

O entrave se deu após as Brigadas al-Qassam, braço armado do Hamas, acusar Israel de não permitir "a entrada de caminhões de ajuda humanitária no Norte da Faixa de Gaza", indicaram em um comunicado divulgado no Telegram, questionando também os critérios de seleção para a libertação dos presos palestinos. Segundo o Hamas, dos 340 caminhões de ajuda que entraram em Gaza desde sexta-feira, apenas 65 teriam chegado ao norte do enclave palestino, menos da metade do acordado.

Israel, por sua vez, chegou a ameaçar "retomar as operações de guerra" se o Hamas não cumprisse o acordo e soltasse os reféns até a meia-noite deste sábado (19h no horário de Brasília), disse o jornal israelense Ynet. Ainda segundo a publicação, Israel alegou que a demora na entrada de ajuda no enclave palestino teria ocorrido devido ao tamanho reduzido do cruzamento de Kerem Shalom.

Após horas de espera, o Catar e o Egito — que estão envolvidos diretamente no acordo entre Israel e o Hamas, juntamente com os Estados Unidos — mediaram as negociações e os reféns puderam, enfim, ser entregues ao Comitê Internacional da Cruz Vermelha (CICV).

"Após um atraso na implementação da libertação de prisioneiros de ambos os lados, os obstáculos foram superados por meio de comunicações entre o Catar e o Egito com ambas as partes, e esta noite 39 civis palestinos serão libertados em troca da libertação de 13 detentos israelenses de Gaza, além de 7 estrangeiros fora do contexto do acordo", afirmou o porta-voz do Catar, Majed al-Ansari.

Originalmente, o grupo a ser libertado neste sábado teria 14 israelenses, em troca de 42 prisioneiros, mas a imprensa local já havia alertado mais cedo que os números poderiam ser reduzidos após entraves nas negociações com o Hamas. Ainda não há informações oficiais sobre o motivo das mudanças.

Mais cedo, pouco antes do comunicado do Hamas, fontes das Forças Armadas de Israel teriam afirmado a veículos de imprensa, como o jornal israelense Hareetz, a CNN americana e a agência AFP, que os reféns já haviam sido enviados para a Cruz Vermelha (CICV), iniciando o processo de transferência. Porém, poucos minutos depois, autoridades israelenses confirmaram à AFP que isso não havia ocorrido.

Por outro lado, uma fonte próxima ao Hamas afirmou à agência que o atraso se deu depois que o segundo grupo de reféns foi entregue ao CICV, mas que teria sido "parado em Khan Younis", no Sul da Faixa de Gaza, "e não conseguiu partir para Rafah", a passagem fronteiriça com o Egito.

Na sexta-feira, o Hamas entregou um primeiro grupo de 13 reféns israelenses — além de 10 tailandeses e um filipino que não faziam parte do acordo inicial — ao CICV para serem levados a Israel através do Egito. Por seu lado, Israel libertou 39 prisioneiros palestinos, um grupo composto por mulheres e menores de 18 anos.

A trégua de quatro dias, conquistada na quarta-feira, prevê a libertação de um total de 50 reféns israelenses, dos mais de 200 cativos em Gaza, e de 150 palestinos presos em Israel. Esta pausa nos combates inclui também a entrada humanitária e de combustível em Gaza. (Com AFP)

*Em atualização.

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