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Grupo de países (incluindo o Brasil) volta a pedir que Maduro saia

Países divulgaram carta e citaram o coronavírus para pedir saída do presidente Nicolás Maduro na Venezuela

Nicolás Maduro: países pedem que presidente convoque eleições na Venezuela (AFP/AFP Photo)

Nicolás Maduro: países pedem que presidente convoque eleições na Venezuela (AFP/AFP Photo)

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Carolina Riveira

Publicado em 14 de agosto de 2020 às 13h49.

Última atualização em 14 de agosto de 2020 às 14h13.

Um grupo de 28 países divulgou declaração nesta semana pedindo apoio ao que chamam de transição democrática na Venezuela, hoje governada pelo presidente Nicolás Maduro. Maduro vem sendo criticado por ações antidemocráticas e por calar vozes de oposição no país. Entre os signatários da declaração estão o Brasil, outros países sul-americano, os Estados Unidos, membros da União Europeia, Israel e Coreia do Sul.

O texto pede que "todos os venezuelanos", de todas as tendências ideológicas, sejam civis ou militares, a se comprometerem "com urgência" em apoiar um processo de estabelecimento de um governo de transição inclusivo "que leve o país a eleições presidenciais livres e justas no curto prazo."

Afirma que este processo deverá permitir à Assembleia Nacional (Parlamento) cumprir "plenamente" suas funções e deverá restaurar "a independência" do Supremo Tribunal de Justiça e do Conselho Nacional Eleitoral.

E observa que os avanços feitos nas negociações facilitadas pela Noruega em Barbados no ano passado "devem guiar o caminho à frente."

Além disso, reitera a "disposição de todos os países que mantêm sanções econômicas de discutir o abrandamento destas no contexto de progressos na área política." Os Estados Unidos, em particular, emitiram uma bateria de sanções para pressionar o governo de Nicolás Maduro a deixar o poder.

Coronavírus na Venezuela

A declaração conjunta dos países cita também a situação do coronavírus na Venezuela. "A atual pandemia [de coronavírus] e o sobrecarregado sistema de saúde pública da Venezuela tornaram ainda mais urgente a necessidade de dar fim ao statu quo", diz o documento.

A Venezuela tem pouco mais de 30.000 casos de coronavírus e 259 mortes até esta sexta-feira, 14. Por falta de testes e colapso da rede de saúde, há suspeitas de que o número de casos esteja subnotificado.

O país já vinha em dificuldades antes da pandemia do coronavírus, e a crise global deve dificultar ainda mais os avanços da economia do país. A queda na demanda global por petróleo, o principal produto que a Venezuela exporta, deve ser um dos principais desafios.

Na carta divulgada hoje, os países signatários também pedem "o fim de todas as perseguições políticas e atos de repressão", apontando para um "aumento da repressão" em geral e contra defensores dos direitos humanos, trabalhadores da saúde, jornalistas, membros de comunidades indígenas e membros da Assembleia Nacional sob a liderança de Juan Guaidó.

"Uma transição rápida e pacífica para a democracia é o caminho mais eficaz e viável para a estabilidade, recuperação e prosperidade da Venezuela. Continuamos comprometidos em ajudar o povo venezuelano a alcançar um futuro pacífico, próspero e democrático", conclui a nota.

O Departamento de Estado dos Estados Unidos divulgou a declaração conjunta sem especificar os países signatários, mas a chancelaria do Peru forneceu a lista. São eles: Albânia, Austrália, Bolívia, Brasil, Canadá, Chile, Colômbia, Coreia do Sul, Costa Rica, Equador, El Salvador, Estados Unidos, Estônia, Geórgia, Guatemala, Haiti, Honduras, Hungria, Israel, Letônia, Lituânia, Panamá, Paraguai, Peru, Reino Unido, República Dominicana, Santa Lúcia e Ucrânia.

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