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EUA advertem Venezuela contra repressão a protestos

O porta-voz do departamento de Estado afirmou que os responsáveis por repressões e violações a direitos "deverão prestar contas individualmente"

Venezuela: o presidente venezuelano, Nicolás Maduro, reagiu às declarações de Toner (Marco Bello/Reuters)

Venezuela: o presidente venezuelano, Nicolás Maduro, reagiu às declarações de Toner (Marco Bello/Reuters)

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AFP

Publicado em 19 de abril de 2017 às 09h26.

Os Estados Unidos realizaram nesta terça uma dura advertência aos funcionários venezuelanos para que evitem reprimir os protestos opositores previstos para a quarta-feira na Venezuela.

"Os responsáveis pela repressão de atividades pacíficas e democráticas, por minar instituições e práticas democráticas, e pela flagrante violação dos direitos humanos deverão prestar contas individualmente", disse o porta-voz do departamento americano de Estado Mark Toner.

Os agentes do Estado - policiais, militares, promotores e juízes - e os civis controlados pelo partido governista PSUV que agirem contra os manifestantes deverão prestar contas às instituições venezuelanas e "à comunidade internacional".

O presidente venezuelano, Nicolás Maduro, reagiu às declarações de Toner afirmando que Washington deu seu aval a um golpe de Estado na Venezuela.

"Os Estados Unidos, o departamento de Estado, deram sinal verde para um processo golpista descarado para uma intervenção na Venezuela", disse Maduro durante uma reunião com o comando político e militar no Palácio Miraflores.

Segundo Maduro, a oposição venezuelana "quer a violência" diante da "chegada dos extremistas e golpistas intervencionistas a posições-chave do poder nos Estados Unidos com a presidência de Donald Trump".

A Venezuela está enfrentando "uma arremetida internacional, dirigida pelos Estado Unidos, para provocar uma intervenção imperialista".

Na segunda-feira, Maduro anunciou em um ato militar que o corpo de milícia, criado por lei há sete anos, chegará a 500.000 civis, cada um com seu fuzil.

Um diplomata americano, que pediu para não ser identificado, avaliou que a decisão de Maduro de ampliar a milícia de civis armados "provocará um desastre".

"Deploramos o uso da violência contra manifestantes desarmados, em particular por meio dos 'coletivos'", declarou o diplomata, em referência às organizações comunitárias ligadas ao regime chavista.

"São grupos armados sob o controle político de líderes partidários para reprimir manifestantes enquanto as forças de segurança encarregadas de manter a ordem observam passivamente".

A oposição venezuelana garante que fará, nesta quarta-feira, sua maior manifestação contra o governo de Maduro.

Os organizadores do ato estabeleceram 26 pontos de saída para uma passeata que pretende chegar à Defensoria do Povo, no centro de Caracas, reduto chavista. Aliados do governo já anteciparam que, como sempre, não vão deixar que entrem nesta área.

Os protestos anteriores terminaram em duros confrontos entre as forças policiais e os manifestantes. Cinco pessoas morreram, dezenas ficaram feridas, e mais de 200 foram detidas.

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