Julian Assange: "fica perfeitamente claro que estamos falando de uma perseguição política" (Olivia Harris / Reuters)
Da Redação
Publicado em 5 de fevereiro de 2016 às 12h29.
Quito - O ministro equatoriano de Relações Exteriores, Ricardo Patiño, afirmou nesta sexta-feira que "chegou a hora de dar liberdade" ao fundador do Wikileaks, o australiano Julian Assange, asilado na Embaixada do país andino em Londres desde 2012.
"É tempo de liberdade para Julian Assange", disse Patiño em uma entrevista à televisão "Telesur", após saber que o Grupo de Trabalho da ONU sobre Detenções Arbitrárias considerou que a detenção de Assange é arbitrária.
Assange, que revelou segredos da segurança americana através do Wikileaks, apresentou seu caso a esse órgão da ONU em 2014.
Com a decisão do grupo de trabalho da ONU, disse Patiño, "fica perfeitamente claro que estamos falando de uma perseguição política, se não, como se explica que dois países tenham arbitrariamente detido um cidadão sem o direito, nem o mínimo direito, à defesa de sua inocência?".
O titular da diplomacia equatoriana acrescentou que quando se fala de "detenção arbitrária", considera-se que há uma "vítima" que "deve ser ressarcida por aqueles estados que são responsáveis pela ação e pela omissão".
"No caso da justiça sueca, evidentemente a omissão de ter seguido com o devido processo e de negar sua defesa. Por isso é que Julian Assange foi às Nações Unidas, não teve outra alternativa, porque seu confinamento seria indefinido pelas reações dos governos da Suécia e o Reino Unido", comentou.
Para Patiño, a declaração do grupo de trabalho da ONU é "extremamente importante" e deve ser observada pois -afirmou- não se pode continuar "aceitando posições, atitudes, condutas e políticas arbitrárias".
O chanceler considerou que a decisão do grupo de trabalho da ONU "demonstra até não poder mais a razão" do Equador para dar o asilo a Assange.
"É uma evidente perseguição política, pois não se pode entender uma atuação com tanta arbitrariedade e violação aos instrumentos internacionais no caso" de Assange, recalcou.