Agência de notícias
Publicado em 24 de junho de 2024 às 10h43.
Última atualização em 24 de junho de 2024 às 10h51.
As eleições legislativas britânicas, convocadas para 4 de julho, colocarão frente a frente os conservadores, no poder há quatorze anos, e a oposição trabalhista, vencedora certa, segundo pesquisas.
O primeiro-ministro conservador Rishi Sunak pediu ao rei Charles III que dissolvesse o Parlamento.
Depois, seguindo a tradição, em 22 de maio, o líder anunciou a data das eleições, em frente à porta da residência oficial do primeiro-ministro, o número 10 da Downing Street.
"O rei concordou com este pedido e realizaremos eleições gerais em 4 de julho", anunciou Sunak.
O anúncio marcou o início de cinco semanas de campanha. Os deputados em fim de mandato perderam seu status e tiveram que se candidatar novamente para manter o posto.
O governo entrou em um "período pré-eleitoral", denominado "purdah", que restringe qualquer decisão até a nomeação do próximo Executivo.
O Reino Unido, composto por Inglaterra, Escócia, País de Gales e Irlanda do Norte, é dividido em 650 circunscrições eleitorais parlamentares.
Em cada uma delas, os eleitores votam no candidato de sua preferência. As eleições têm apenas um turno e quem obtiver mais votos é eleito parlamentar pela circunscrição eleitoral. Se um partido obtiver uma maioria de pelo menos 326 assentos, forma o governo e o seu líder torna-se primeiro-ministro.
Se nenhum partido atingir essa cota, o partido político que obtiver mais deputados forma uma coligação, como o Partido Conservador fez com os Liberais Democratas em 2010.
O partido em segundo lugar passa a ser o principal grupo de oposição.
As últimas legislativas ocorreram em 12 de dezembro de 2019.
Os conservadores, liderados por Boris Johnson, venceram amplamente o Partido Trabalhista então liderado por Jeremy Corbyn, que era mais de esquerda do que o atual líder do partido, Keir Starmer.
Johnson venceu ao defender a saída da União Europeia (UE), popularmente conhecida como Brexit, que se concretizou no início de 2020.
O primeiro-ministro viu-se então envolvido em uma sucessão de escândalos, incluindo festas em Downing Street que violaram as regras de confinamento impostas durante a pandemia de covid, o que levou a sua destituição em julho de 2022.
Johnson foi substituído em Downing Street pela efêmera Liz Truss, que durante seus 49 dias no poder semeou confusão nos mercados financeiros com anúncios de cortes de impostos não financiados, antes de ser substituída em 25 de outubro de 2022 por Rishi Sunak.
Em seu mandato, a rainha Elizabeth II morreu, em 8 de setembro de 2022.
O Partido Trabalhista, longe do poder desde 2010, está à frente nas pesquisas há dois anos.
As pesquisas indicam uma ampla vantagem trabalhista, com intenções de voto que variam entre 40% e 48%, sobre um partido conservador com índices muito baixos, de cerca de 20%, o que arrisca até mesmo sua posição como segundo mais votado, ameaçado pela extrema direita.
O partido de direita Reform UK, liderado pelo eurocético Nigel Farage, já supera os 15% em algumas pesquisas.
Este declínio conservador parece mais ligado à crise econômica e às divisões internas do partido, com cinco primeiros-ministros desde o referendo do Brexit em 2016, do que ao entusiasmo pelas medidas propostas pelos trabalhistas.
Se as pesquisas estiverem certas, o líder trabalhista Keir Starmer, ex-advogado, será o primeiro-ministro, apoiado pela maioria absoluta do seu partido.