Mundo

Dilma mantém Marco Aurélio Garcia como assessor

Será uma reedição da dobradinha Garcia-Itamaraty, que o governo considera que deu certo na administração da política externa sob Lula

A manutenção de Garcia no Planalto é um forte sinal da continuidade da política de boa vizinhança  (José Cruz/AGÊNCIA BRASIL)

A manutenção de Garcia no Planalto é um forte sinal da continuidade da política de boa vizinhança (José Cruz/AGÊNCIA BRASIL)

DR

Da Redação

Publicado em 27 de novembro de 2010 às 09h00.

A presidente eleita Dilma Rousseff decidiu manter o assessor especial internacional do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, Marco Aurélio Garcia, no mesmo cargo que ocupa hoje.

A manutenção de Garcia na cozinha do Planalto é um forte sinal da continuidade da política de boa vizinhança do Brasil com os países vizinhos, como a Venezuela, que rendeu muitas críticas à política externa do presidente Lula. A própria Dilma, embora não tenha explicitado como pretende conduzir a política externa brasileira, já manifestou apoio ao Mercosul e foi celebrada pelo venezuelano Hugo Chávez.

Será uma reedição da dobradinha Garcia-Itamaraty, que o governo considera que deu certo na administração da política externa sob Lula. Mas a ajuda de Marco Aurélio a Dilma não se restringe à política externa. Garcia, que foi um dos coordenadores da campanha da petista, ajudará a presidente eleita também na relação com o PT.

Para o Itamaraty, no entanto, o nome que vai suceder a Celso Amorim ainda não está definido. O mais cotado é Antônio Patriota atual secretário-geral da pasta. Apesar do desejo do atual chanceler de permanecer no posto, a presidente eleita confidenciou a aliados a sua disposição de substituí-lo.

Assessores de Amorim avaliam que o chanceler não está digerindo bem a sua “aposentadoria” e estaria minando até mesmo Antônio Patriota, seu pupilo, que chegou ao segundo posto do Itamaraty pelas suas mãos.

Dilma tem uma excelente relação com Patriota, que não só a assessorou como a acompanhou em diversos tipos de eventos nos Estados Unidos.

À época em que era ministra-chefe da Casa Civil, Dilma chegou a ser ciceroneada por Patriota, então embaixador em Washington, em programações culturais em Nova York, onde assistiram a concertos e visitaram exposições de artes plásticas. Nas Relações Exteriores, Patriota poderia ajudar a estreitar as relações entre os dois países, já que ficou dois anos servindo em Washington.

Apesar de o governo de transição estar pensando em nomes de mulheres capazes de compor o ministério, há uma forte reação corporativa a esta possibilidade. Os que pensam dessa forma acham que poderia ser o momento de nomear uma mulher para secretária-geral da pasta a fim de prepará-la para, no futuro, assumir a chancelaria.

Há quem aposte que, neste momento, poderiam ser escolhidas diplomatas conceituadas e experientes como Vera Machado, atual subsecretária-geral de política do Itamaraty, que já foi embaixadora no Vaticano e na Índia. Circula também o nome de Maria Luiza Viotti, embaixadora do Brasil na missão da ONU, que representou o Brasil na votação contra as sanções da ONU ao Irã, mas que é vista como mais “instável” e teria relutado até em aceitar o posto na ONU.

Outra opção é Vera Pedrosa que, apesar de já ter se aposentado, tem bom trânsito com a esquerda. Ela foi subsecretária-geral de política, assim como Patriota antes de ir para Washington.

No Palácio, já foi escolhido o novo chefe do cerimonial de Dilma. Será Renato Mosca, que já serviu no Planalto em vários governos e conhece a fundo o funcionamento do setor. As informações são do jornal O Estado de S.Paulo.

Acompanhe tudo sobre:Dilma RousseffGovernoGoverno DilmaPersonalidadesPolítica no BrasilPolíticosPolíticos brasileirosPT – Partido dos Trabalhadores

Mais de Mundo

Por que as inundações na Espanha deixaram tantos mortos?

Autoridades venezuelanas intensificam provocações ao governo Lula após veto no Brics

Projeto de energias renováveis no Deserto de Taclamacã recebe aporte bilionário da China

Claudia Sheinbaum confirma participação na Cúpula do G20 no Rio de Janeiro