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Demanda por reedição de "Mein Kampf" impressiona editora

A grande demanda para a primeira edição do livro escrito por Adolf Hitler, a ser impresso na Alemanha desde a sua morte, pegou seu editor de surpresa


	Adolf Hitler: livro é considerado uma das principais ferramentas de propaganda nazistas
 (Wikimedia Commons)

Adolf Hitler: livro é considerado uma das principais ferramentas de propaganda nazistas (Wikimedia Commons)

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Da Redação

Publicado em 8 de janeiro de 2016 às 19h26.

Munique - A grande demanda para a primeira edição do livro "Mein Kampf", escrito por Adolf Hitler, a ser impresso na Alemanha desde a sua morte pegou seu editor de surpresa, com pedidos quase quatro vezes superiores à tiragem.

O tratado político de dois volumes, escrito entre 1924 e 1926 e que propõe uma conspiração global judaica, é considerado uma das principais ferramentas de propaganda nazistas. Após expirar os 70 anos de direitos de autor, ele foi reeditado com 2.000 páginas em uma versão com anotações.

O chefe do Instituto de História Contemporânea de Munique, que publicou o trabalho, disse que havia recebido pedidos de cerca de 15.000 cópias, contra uma tiragem de apenas 4.000.

De acordo com Andreas Wirsching, foram solicitadas traduções em italiano, francês e inglês, e há demanda pela Turquia, China, Coreia do Sul e Polônia, disse em entrevista coletiva nesta sexta-feira.

A publicação desencadeou uma discussão feroz na Alemanha, que ainda luta contra seu passado nazista e a responsabilidade pela morte de mais de 6 milhões de judeus durante o Holocausto. Alguns líderes da comunidade judaica alemã disseram que a obra deve permanecer banida.

Mas o instituto, que acrescentou cerca de 3.500 notas ao texto, defende a publicação.

"A edição desmascara falsas alegações de Hitler, sua justificativa e mentiras categóricas", disse Wirsching.

O livro se tornou um best-seller na Alemanha na década de 1930, depois que Hitler se tornou chanceler, vendendo 12 milhões de cópias durante a Segunda Guerra Mundial. Foi traduzido em 18 idiomas, mas depois da guerra foi proibido na Alemanha pelas potências aliadas.

"O livro não é apenas uma fonte histórica, é um símbolo", disse Christian Hartmann, coeditor da edição. "E nós queremos desmantelar esse símbolo de uma vez por todas."

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