Mundo

Correa pede para que Brad Pitt não faça filme sobre Chevron

O presidente do Equador expressou apoio a campanha para pedir que o ator não produza filme sobre litígio entre Equador e Chevron por contaminação


	Rafael Correa: "tenho certeza de que, quando souber a verdade, vai se recusar a participar dessa farsa, onde a Chevron é a vítima e as vítimas são os culpados"
 (Rodrigo Buendia/AFP)

Rafael Correa: "tenho certeza de que, quando souber a verdade, vai se recusar a participar dessa farsa, onde a Chevron é a vítima e as vítimas são os culpados" (Rodrigo Buendia/AFP)

share
DR

Da Redação

Publicado em 13 de maio de 2015 às 17h26.

Quito - O presidente do Equador, Rafael Correa, expressou nesta quarta-feira seu apoio a uma campanha para pedir ao ator Brad Pitt que não produza um filme sobre o litígio entre a Justiça equatoriana e a companhia petrolífera americana Chevron por um processo por contaminação da Amazônia.

"Tenho certeza de que, quando souber a verdade, vai se recusar a participar dessa farsa, onde a Chevron é a vítima e as vítimas são os culpados", disse o presidente equatoriano em referência ao projeto cinematográfico baseado no livro de Paul M. Barrett, "Law of the Jungle" ("Lei da Selva", em tradução livre).

A campanha, lançada através do portal de internet Change.org e intitulada #BradDoTheRightThing (Brad, faça a coisa certa), conseguiu cerca de 2.500 assinaturas para pedir ao ator americano que não produza o filme.

A Justiça equatoriana condenou a companhia petrolífera Chevron a pagar US$ 9,5 bilhões pelos danos ambientais e sociais originados pelas operações da Texaco (depois comprada pela Chevron) no Equador, entre 1962 e 1990.

A Chevron se nega a cumprir a sentença por considerar que foi produto de uma trama de fraude e acusou o Estado equatoriano de estar por trás dessa suposta conspiração, algo negado pelo governo e pelos litigantes.

Em um encontro com correspondentes de meios de comunicação estrangeiros, Correa reiterou que a companhia petrolífera é culpada do desastre na Amazônia e convidou o protagonista de "Sete anos no Tibete" a visitar a área contaminada para que conheça a situação.

"Certamente apoiamos essa campanha", destacou o presidente, rebatendo argumentos da multinacional como o de que remediou os danos de Texaco, que na época foi eximida de responsabilidade pelo governo equatoriano, e que a contaminação nessa área foi causada pela companhia petrolífera estatal equatoriana.

O presidente convidou o ator a percorrer a área afetada e perguntar aos moradores "se alguém mais operou ali" e quando foi contaminada. "A verdade é contundente, não vão poder ocultá-la", comentou Correa.

Segundo o presidente, "com seu poder imenso e com seus milhões", a Chevron realiza uma estratégia de desprestígio do Equador, de seu sistema de Justiça, da companhia petrolífera equatoriana e do advogado dos litigantes, Steven Donziger. 

Acompanhe tudo sobre:América LatinaBrad PittChevronEmpresasEmpresas americanasEquadorIndústria do petróleoPolíticosRafael Correa

Mais de Mundo

Catar diz que retomou contato com Hamas após assassinato de líder do grupo

No Brics, Mauro Vieira diz que não haverá paz sem Estado palestino independente

Xi pede cessar-fogo em Gaza e insiste para que guerra no Líbano não seja propagada

Guterres pede paz na Faixa de Gaza, no Líbano e na Ucrânia durante cúpula do Brics