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China afirma que teste balístico foi 'legítimo' e não muda sua doutrina nuclear

O país testou na quarta-feira no Pacífico Sul um míssil balístico, equipado com uma ogiva fictícia, o primeiro lançamento do tipo em décadas

Agência o Globo
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Publicado em 26 de setembro de 2024 às 07h32.

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O Ministério da Defesa da China afirmou nesta quinta-feira, 26, que o recente teste no Pacífico Sul de um míssil balístico intercontinental, equipado com uma ogiva fictícia, foi "legítimo", apesar dos protestos de vários países da região.

"O lançamento de um míssil balístico internacional tem o objetivo de testar nossas armas (...) é um exercício legítimo e de rotina", disse o porta-voz do ministério, Zhang Xiaogang.

O porta-voz acrescentou que a política nuclear da China não muda com o teste. "A política nuclear chinesa é muito estável, sólida e previsível", consiste em não usar armas nucleares em primeiro lugar, e eventualmente fazê-lo apenas em caso de autodefesa, explicou o porta-voz.

A China não está envolvida em nenhuma "corrida armamentista" e "prometeu não utilizar nem ameaçar usar armas nucleares contra Estados não nucleares", enfatizou. "A China seguirá mantendo suas capacidades nucleares no nível mínimo exigido para a sua defesa nacional", afirmou Zhang.

O país testou na quarta-feira no Pacífico Sul um míssil balístico, equipado com uma ogiva fictícia, o primeiro lançamento do tipo em décadas. O teste aconteceu em um contexto de rivalidade com os Estados Unidos no Oceano Pacífico, de tensão com as Filipinas sobre a soberania no Mar da China Meridional e de hostilidade aberta com Taiwan, uma ilha de governo democrático que Pequim reivindica como parte de seu território.

As autoridades da Polinésia Francesa disseram à AFP que o míssil caiu perto da sua zona econômica exclusiva. França e Estados Unidos foram previamente notificados sobre o teste. O Japão, no entanto, afirmou que não foi alertado pela China e acusou o país de falta de transparência. Em um tom similar, a Austrália pediu "explicações" a Pequim, enquanto a Nova Zelândia classificou o teste como "inoportuno" e "inquietante".

O Instituto Internacional de Pesquisa para a Paz de Estocolmo (Sipri) calcula, com base em dados de 2023, que os Estados Unidos possuem 3.700 ogivas e a Rússia quase 4.500. A China tinha 410, segundo o instituto.

 

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