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6 países que voltaram atrás e recolocaram medidas de quarentena

China, Coreia do Sul e Alemanha viram aumentos de casos em alguma regiões após reabertura dos comércios

Wuhan, na China: novos casos após flexibilização da quarentena (Stringer/Reuters)

Wuhan, na China: novos casos após flexibilização da quarentena (Stringer/Reuters)

Guilherme Dearo

Guilherme Dearo

Publicado em 17 de maio de 2020 às 17h38.

Última atualização em 17 de maio de 2020 às 17h48.

Depois de enfrentar semanas de lockdown por causa do novo coronavírus, com escolas e comércios fechados e restrições para pessoas e carros nas ruas, alguns países, como a China, afrouxaram regras, permitindo a reabertura de negócios. As decisões, menos pela certeza de que a doença foi totalmente controlada e mais por pressão econômica diante de desemprego e péssimos resultados, nem sempre resistem ao tempo.

Na China e na Coreia do Sul, por exemplo, novos casos forçaram algumas regiões a retomarem regras mais rígidas de quarentena, temendo que a pandemia fugisse novamente do controle e a curva voltasse a ascender.

Ao menos seis países voltaram atrás e recolocaram regras de isolamento social após um período de isolamento rígido.

Confira:

China

No país onde o primeiro caso da doença pelo novo coronavírus foi reportado e onde primeiro foi imposto o lockdown, novas medidas de proteção foram impostas após aumento de casos.

Após Wuhan entrar em lockdown em janeiro e outra regiões do país sem fechadas em fevereiro, o governo chinês começou a flexibilizar as regras de quarentena após observar, em março, desaceleração no número de novos casos diários, que caíram para 200 ou menos.

Em 23 de março, por exemplo, as salas de cinemas chinesas foram reabertas. Três dias depois, voltaram a fechar.

Já Wuhan reportou na última semana seis novos casos após passar 35 dias nem registrar casos. Por enquanto, o lockdown não foi novamente imposto à cidade.

Em entrevista à CNN americana, o Dr. Zhong Nanshan disse que uma segunda onda de contaminação na China é altamente provável, já que ainda está longe o cenário onde mais de 50% dos chineses teriam os anticorpos para combater a doença e frear a curva exponencial de contaminação.

Covid-19 na China: Após aumento de casos, Wuhan planeja testes em massa para coronavírus

Covid-19 na China: Após aumento de casos, Wuhan planeja testes em massa para coronavírus (Stringer / Correspondente/Getty Images)

Coreia do Sul

Após semanas de baixos números, com dez ou menos novos casos, a Coreia do Sul viu, em 9 de maio, 34 novos casos. A alta na contaminação coincidiu com a reabertura dos bares no país.

Um caso também preocupou as autoridades: um homem de cerca de vinte anos teria frequentado várias casas noturnas na mesma noite. Ele foi, logo depois, diagnosticado com o coronavírus. O governo coreano corre para tentar encontrar as cerca de 1.500 pessoas que teriam tido contato com ele nessas festas.

Por causa desses casos, bares e baladas voltaram a fechar, enquanto a reabertura de escolas e alguns negócios foi adiada.

Pessoas compram máscaras em Seul, capital da Coreia do Sul: cidadãos desenvolveram app para monitorar o surto de coronavírus | Foto: Getty Images / (Getty Images/Getty Images)

Alemanha

Após flexibilizar algumas regras nacionais, com reabertura gradual de escolas, serviços religiosos, áreas de recreação e museus, além de alguns tipos de comércios, a Alemanha viu aumento de casos na última semana nos estados de North Rhine-Westphalia e Schleswig-Holstein.

Isso fez com que o governo limitasse a movimentação da população nessas regiões e intensificasse os testes. A chanceler alemã Angela Merkel já disse oficialmente que o afrouxamento de regras, como a abertura parcial das fronteiras nesse fim de semana, não significa que medidas emergenciais de contenção não sejam impostas se necessário.

RESTAURANTE EM BERLIM: Alemanha começa a retomar a rotina após 177.000 casos de coronavírus / REUTERS/Fabrizio Bensch

RESTAURANTE EM BERLIM: Alemanha começa a retomar a rotina após 177.000 casos de coronavírus (Fabrizio Bensch/Reuters)

Irã

O Irã foi um dos primeiros a registrar uma situação grave na pandemia, ao lado da Itália. Os casos vinham caindo desde o começo de maio, se estabilizando em 800 por dia, mais ou menos. Contudo, na última semana voltaram a subir, com 1.700 casos registrados em um único dia.

O país vinha de um lockdown rigoroso desde março, com espaços públicos fechados desde o meio de março. Pressionado pelos números ruins da economia, o presidente Hassan Rouhani flexibilizou o lockdown em 20 de abril, mesmo com o país registrando 1.300 casos por dia.

Agora, a província de Khuzestan voltou para o lockdown, onde o governador Gholamreza Shariati culpou a flexibilização do isolamento social pelo aumento de casos.

Coronavírus no Irã

Coronavírus no Irã (Thomson Reuters Foundation/Stefanie Glinski/Reuters)

Arábia Saudita

Em lockdown desde 29 de março, a Arábia Saudita flexibilizou suas regreas em 24 de abril, antes de começar o período religioso do Ramadã, sagrado para os muçulmanos. Pessoas puderam voltar às ruas e alguns shoppings foram reabertos.

Como resultado, em 3 de maio foram 1.600 novos casos e eles vêm aumentando na última semana.

Assim o governo local espera, em 23 de maio, quando acabar o mês sagrado do Ramadã, retomar as regras rígidas de isolamento.

A saudi man looks to the computer showing stock prices at ANB Bank, in Riyadh

Mercado de Petróleo: Arábia Saudita tirou de circulação o equivalente a duas vezes a produção diária do Brasil (Stringer/Reuters)

Líbano

Com o lockdown, o Líbano viu poucos novos casos por dia desde o meio de abril, com dez casos ou menos por dia. Em maio, contudo, após sair do lockdown, casos voltaram a passar dos 30 por dia. Agora, o país voltou a impor um período de lockdown, ainda que curto: apenas quatro dias.

Assim, foi apenas uma semana de regras flexíveis no país, quando restaurantes, bares, salões de beleza e centros religiosos foram reabertos.

Líbano, Beirute, 22 de março de 2020: Forças de segurança vigiam ruas em meio ao estado de emergência por conta do coronavírus.

Líbano, Beirute, 22 de março de 2020: Forças de segurança vigiam ruas em meio ao estado de emergência por conta do coronavírus. (Hussam Chbaro/Anadolu Agency/Getty Images)

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