Repórter de Invest
Publicado em 1 de novembro de 2024 às 11h13.
A Caixa implementou novas regras para o financiamento de imóveis com recursos do Sistema Brasileiro de Poupança e Empréstimo (SBPE), exigindo um valor de entrada maior dos compradores a partir desta sexta-feira, 1º de novembro. As condições para financiamentos que utilizam recursos da poupança, dessa forma, se tornam mais restritas.
No financiamento pela tabela SAC, em que o valor das parcelas diminui ao longo do período, o teto do financiamento passa de 80% para 70% do valor do imóvel. Já pela tabela Price, com prestações constantes, o percentual financiado pela Caixa foi reduzido de 70% para 50%.
Com a nova regra, o banco limita o valor dos imóveis financiados a R$ 1,5 milhão. Além disso, o financiamento só estará disponível para clientes que não possuam outro financiamento habitacional ativo com a Caixa. Anteriormente, era possível que o cliente tivesse mais de um financiamento com o banco estatal, que oferece condições competitivas no mercado de crédito habitacional.
As novas condições entram em vigor em novembro de 2024, afetando diretamente a classe média, que busca financiar imóveis com valores acima de R$ 350 mil – limite do programa Minha Casa Minha Vida (MCMV). Unidades habitacionais vinculadas a empreendimentos financiados pela Caixa, entretanto, não serão afetadas pela mudança.
A redução no teto de financiamento pelo SBPE acontece em resposta ao esvaziamento da poupança, que enfrenta um cenário de retiradas líquidas de R$ 11,239 bilhões neste ano, conforme dados do Banco Central. Com investidores optando por aplicações mais rentáveis, o montante disponível do SBPE para o financiamento imobiliário tem diminuído.
Em 2024, a Caixa já emprestou 90% da meta de R$ 70 bilhões para o ano, o que representa R$ 63,5 bilhões em financiamentos concedidos até setembro.
Fontes ouvidas pela Exame apontam que a Caixa considera alternativas ao SBPE, como as Letras de Crédito Imobiliário (LCI), os Certificados de Recebíveis Imobiliários (CRI) e até fundos imobiliários (FIIs). Porém, o aumento de crédito baseado nessas fontes deve encarecer o financiamento, com linhas de crédito de custo mais elevado. A grande questão do mercado é em que condições e a partir de quando o novo financiamento será implementado. “É uma mudança que certamente não acontecerá neste governo”, afirma um executivo do setor