Marketing

Mística da marca Samsung está em perigo após fim do Note 7

O estrago causado pelo escândalo dos smartphones explosivos está ameaçando o lugar da Samsung no panteão das marcas nobres da Coreia do Sul


	Galaxy Note 7: recall derrubou ações da Samsung em 8%, eliminando US$ 17 bilhões em valor de mercado
 (Kim Hong-Ji/Reuters)

Galaxy Note 7: recall derrubou ações da Samsung em 8%, eliminando US$ 17 bilhões em valor de mercado (Kim Hong-Ji/Reuters)

share
DR

Da Redação

Publicado em 11 de outubro de 2016 às 14h50.

A Samsung Electronics faz parte da realeza corporativa na Coreia do Sul. É, também, uma companhia reconhecida por seus especialistas de marketing e engenharia espalhados pelo mundo, a tal ponto que a consultoria Interbrand a classificou como a sétima mais valiosa do mundo em sua pesquisa de 2016, à frente da Amazon e da Mercedes-Benz.

Então, como é possível que a empresa que é o orgulho da Coreia do Sul tenha sido tão desajeitada no recall de 2,5 milhões de smartphones Galaxy Note 7 após reclamações de explosões de baterias -- e uma enorme publicidade negativa na imprensa dos EUA, da Europa e da China, sem contar a vasta repercussão nas redes sociais?

Quando realizou o recall de seus telefones, no mês passado, a empresa garantiu aos consumidores que havia diagnosticado o problema e que seus substitutos eram seguros.

Mas não foi bem assim: os clientes reportaram que as baterias de lítio dos novos telefones também pegavam fogo em alguns casos. Na terça-feira, a Samsung tomou a drástica decisão de matar o Note 7 para o seu próprio bem.

“Isto é uma calamidade”, disse Srinivas Reddy, diretor do Centro de Excelência em Marketing da Universidade de Administração de Cingapura. “A ameaça para a Samsung está relacionada à brevidade com que vão poder voltar. Se não voltarem logo, isso abrirá espaço para que outras empresas ganhem terreno.”

A companhia não informou quantos telefones novos ou substitutos serão afetados. Os analistas estimaram que o recall original custaria entre US$ 1 bilhão e US$ 2 bilhões, mas esse total agora certamente subirá.

A medida derrubou as ações da Samsung em 8 por cento nesta terça-feira, eliminando US$ 17 bilhões em valor de mercado. A imagem de excelência da marca Samsung, construída ao longo de décadas, estará em risco se a equipe de gestão liderada pelo vice-presidente do conselho da empresa, Jay Y. Lee, 48, não encarar logo a crise.

“Este é um momento muito crítico para a Samsung”, disse Martin Roll, estrategista de marcas e autor do livro Asian Brand Strategy (“Estratégia de Marcas Asiáticas”, em tradução livre).

“A maneira como a Samsung está gerenciando essa crise é meio que uma maneira de a Samsung entrar na era moderna porque as empresas asiáticas estão apenas começando a surgir como marcas de consumo contemporâneas muito icônicas como a Apple. A história da Samsung como marca ainda está sendo escrita.”

Cerca de seis semanas após o surgimento dos primeiros relatos de explosões de telefones, os engenheiros da Samsung, além de investigadores dos governos dos EUA e da Coreia do Sul, ainda não descobriram por que as baterias de lítio do novo smartphone da empresa acabam superaquecendo e, em alguns casos, explodindo.

A Agência Coreana de Tecnologia e Normalização (Kats, na sigla em inglês) disse, em comunicado enviado por e-mail na terça-feira, que está investigando a possibilidade de os smartphones Note 7 terem um novo defeito.

Um representante do Ministério do Comércio Exterior, da Indústria e da Energia sul-coreano não descartou a possibilidade de o problema estar ligado ao design do produto como um todo ou à produção. A Samsung informou que está trabalhando com pesquisadores e que ainda está tentando identificar a fonte do problema das baterias.

Acompanhe tudo sobre:EmpresasEmpresas coreanasempresas-de-tecnologiaestrategias-de-marketingIndústria eletroeletrônicaMarcasSamsung

Mais de Marketing

Brinde na casa da avó? sidra Cereser quer conquistar público mais jovem

Bis Limão está de volta ao mercado (mas já vai acabar)

Aniversário Guanabara terá 50 dias de ofertas e 6 mil produtos em promoção em 27 lojas

Gkay e Felipe Titto lançam marca de refrigerante e apostam nas redes para impulsionar negócio